Nesta nossa terra toca, quase sem cessar, os sinos a rebate, num ensurdecer aqui d’el-rei desencadeado como se vivêssemos num inferno permanente, gelado de Inverno e quente no Verão. O barulho é tal que nem nos ouvimos a nós próprios.
Nós, por cá, continuamos a preferir o exercício masoquista de dar tiros nos pés, denegrindo aquilo que outros, com autoridade e rigor, aplaudem, como é, por exemplo, a coragem de suprimir alguns dias ao extenso rol de feriados que usufruímos.
Como é possível avançar com determinação num desenvolvimento económico, que, também assente na investigação e no reforço de maior produtividade, quando há ainda gente, supostamente com responsabilidades, a remar contra a maré e a tentar anular progressos significativos no caminho de menor estado, melhor estado?
Os indisfarçáveis ataques à não tolerância de ponto dia de Carnaval, tendo por base concepções obsoletas da sociedade, as quais jamais – e ainda bem - foram plasmadas na legislação, visam um retrocesso inaceitável e têm o triste condão de nos desmoralizar e de nos desmobilizar para a tarefa de resistir a esta crise e tudo fazer para, desde logo, demonstrar perante aqueles que nos emprestam o seu dinheiro, para vivermos, pelo menos por agora, o nosso dia-a-dia, que honramos os nossos compromissos.
Não digo que o assunto não foi tratado tarde e a más horas, como se costuma dizer. Todavia, dispensam-se bem todos os angelicais aqui d’el-reis que, os de sempre rogam – leia-se alguns sindicatos, certas autarquias de má memória, os momentaneamente afectados, bem como a partidocracia de esquerda - por nós.