O mal-estar de quem não consegue ganhar nas urnas, mas faz das ruas vitórias, aí está! Ontem, hoje e amanhã, os barómetros dos opinion makers do costume registavam, registam e vão registar a pior das tormentas e, como é óbvio, na concepção daqueles, a tendência será para piorar. Este ano, para além do frio, sente-se uma “humidade” incomodativa que a quase todos tolhe e mais acentua o confrangimento que a dureza que os tempos que correm, já por si, exponencia.
Todavia, quando as pessoas, algumas delas com inteira razão, se queixam, ouvem-se de certos (i)responsáveis comentários do género : “não olhes para o passado, pois isso nada importa! Luta e trespassa tudo, nem que seja a ferro e a fogo!” Todavia, esquecem-se, demagogicamente, de acrescentar que, muitas vezes e em larga medida, muitas delas tenham sido causadoras do estado a que chegámos. Aliás, como poderiam agir de outro modo, já que ajudaram a conduzir o “rebanho”
Depois existem os que se encontram do outro lado da barricada. Falo, por exemplo, do grupo Jerónimo Martins, proprietários, de entre outros, do “Pingo Doce” e “Recheio”, o qual, à semelhança de outros, por motivos meramente económicos e anti-patriotas, muda a sede do respectivo empório económico para um país com uma tributação fiscal mais baixa, esquecendo-se que a superação da presente crise deve ter o contributo de todos.
Estes, nestes momentos, são capazes de perguntar: “como podem ter frio? Sinceramente, nós não sentimos frio algum!” E, ainda por cima, com o maior dos despudores, são capazes de rematar com a pérola das pérolas: “como podem ter frio num país como o nosso onde, quase sempre, um bonito sol brilha?”
É nestas alturas que uma pessoa ouve, abre a boca de espanto e diz para consigo: belisquem-me pois devo estar a sonhar. Não pode ser verdade o que estou a ouvir!
Adenda: Num outro âmbito, i.e., fora do registo anterior, quero acrescentar que o sossego acabou. Ponham-se a pau, pois, mais cedo ou mais tarde, o vendaval virá. Não se esqueçam que quem vos avisa amigo é!