Conhecidas que são as grandes carências com que a maioria das nações se debatem na procura da construção de sociedades mais justas e democráticas, no meio de enormes desequilíbrios provocados pela irracionalidade económica mundial, o ensino é o que mais sentido faz estimular e promover.
O ensino, em princípio, é durável, forte, de manutenção fácil, não refém de tecnologias sofisticadas, pois o quadro, o caderno e o livro continuam a ser o melhor método. Por isso, pugno por escolas bonitas, simbólicas, amigáveis, onde os materiais e os modos de construção do ensino, localmente mais popularizados, têm de adquirir nova expressão.
Assim, não é um lugar-comum afirmar que a quimera pode ser concretizada na realidade quotidiana. Temos o dever de melhorar a vida das populações, diminuindo, tanto quanto baste, o desperdício e a ineficácia e, simultaneamente, aumentando exponencialmente o ensino. Este, ao concretizar-se durante toda a vida, deve ir muito para além da utopia – qualquer uma está pronta a ser construída – e a intenção deve servir também esse propósito. O sonho é possível!
O mundo é uma aldeia global e não existe estudante que não o saiba. Contudo, a centralidade do ensino é essencial, mesmo que se advogue – e muito bem – a interligação entre a teoria e a prática. Para hastear a bandeira da qualidade as escolas devem afastar-se o mais possível de projectos, palestras, encontros, clubes e demais tralha que o “eduquês” trouxe para dentro das salas de aula, levando ao afastamento da ministração do saber concreto, traduzido no que sempre foi o ensino, isto é, o estudo através da leitura, da memorização e da prática do raciocínio lógico e abstracto.
P.S. – Quando se tem consciência de que os docentes estão cansados de reuniões inúteis, de uma burocracia que lhes chega ao cotulo da cabeça, para que haja público para palestras, as quais apenas servem para denotar evidências, em forma de show off, de alguns, toca a convocar aqueles. Atrevam-se a não intimar – tenho dúvidas sobre a legalidade de tal – e vão ver quantos aparecem! Não há pior cego do que aquele que não quer ver!