Quem tem estado atento ao mundo da educação sabe que o ME errou por, em cima da hora, ter suspendido os prémios pecuniários aos melhores alunos do secundário, cuja entrega ocorreria esta semana. Como é óbvio, numa altura de grande aperto financeiro, tal medida - iniciativa de Maria de Lurdes Rodrigues, que mais não passou de demagogia balofa - não tem razão de ser.
Todavia, uma coisa é a correcção da medida, isto é, de não contribuir para o aumento do despesismo do Estado em momentos que todos os cêntimos contam. Outra, completamente diferente, é não a tomar atempadamente, evitando, deste modo, engulhos a muitas escolas que, entretanto e bem, tinham contactado alunos e respectivos pais para a recepção de tal “regalia”.
Se até aqui todos, ou quase todos, estamos de acordo, o caso muda de figura quando a Fenprof também se mete ao “barulho” e vem dizer do alto da sua cátedra, cujos saberes há muito se encontram arredados das salas de aula, que, com tal acção, “cai o Carmo e a Trindade”, pouco faltando para, mais uma vez, pedir a demissão de Nuno Crato.
Ora, que se saiba, o papel dos sindicatos é defenderem, sem acrimónias políticas, os seus associados, enquanto profissionais de um ramo de actividades. Assim, não estando em causa qualquer diminuição dos direitos dos docentes, os únicos que podem realmente falar sobre o interesse dos alunos são os próprios ou os pais, através, como é lógico, das respectivas associações.
Haja separação clara das águas e, sobretudo, decência. “A César o que é de César, a Deus o que é de Deus”.