Todos o dizem e eu não quero ficar atrás. Estamos em época de regressos: de férias, às aulas e, sobretudo, ao caos económico em que o país está mergulhado. Ora, para salvarmos a face, e sem querer ser acusado de conotações futebolísticas, só temos uma hipótese: fazermos entradas de leão ou arriscamo-nos, a curto prazo, a saídas de sendeiro.
Não desejando, de modo algum, parecer supersticioso, dei comigo a pensar no que enfrentamos neste regresso. Para além de já termos herdado uma dívida colossal – palavra muito na moda -, todos os dias somos bombardeados com o surgimento de novos buracos, mais dando a entender que não somos um país, mas sim um autêntico queijo suíço, porém, sem o sabor e o valor nutritivo deste, é claro.
Por outro lado, ciente do sacrifício que todos teremos de suportar, há coisas que não compreendo e muito menos aceito. Como é possível, entre nós, ser mais aliciante investir na bolsa que no trabalho? Isto para não falar da educação, pois aqui o caso ainda é mais grave. Na bolsa as mais-valias, entretanto, geradas não são tributadas, enquanto os rendimentos do trabalho é o que se vê, ou melhor, o que se sente.
Sou, por natureza, um optimista, mas com uma boa noção da realidade, como convém. Todavia, a redimensionação do nosso quotidiano e a adaptação a que somos presentemente obrigados também têm limites, pelo que urge ultrapassar esta situação de crise. Todos sabemos que não é possível vivermos com a “corda na garganta” eternamente. Há que saber encontrar novos paradigmas e novas soluções que permitam enfrentar o futuro com alguma esperança.