Já quase tudo foi dito sobre o novo modelo de avaliação de desempenho docente (ADD). Que é
- menos burocratizante, pois elimina definitivamente o recurso a documentos verdadeiramente redundantes, como seja, de entre outros, a comprovação das designadas evidências;
- mais simples, uma vez que a avaliação efectivar-se-á somente no final de cada escalão e não de dois em dois anos como até aqui;
- mais justa, por via da avaliação externa e pelo facto dos avaliadores obrigatoriamente terem de pertencer a escalões superiores ao avaliado, acabando com as situações de concorrência de interesses;
- positiva, já que deixa, no caso dos docentes do quadro, de ter efeitos sobre a graduação profissional para efeitos de concurso;
- progressiva, uma vez que permite a todos os docentes, com a classificação mínima de bom, alcançarem, em tempo útil, o topo da carreira,
já todos sabemos.
O que desconhecemos é o verdadeiro motivo que levou a Fenprof a não assinar o acordo com o ME, quando há um ano subscreveu, com Isabel Alçada, um modelo de ADD muito mais gravoso. Aliás, desconhecer não será a palavra exacta, já que todos bem sabemos que tal se deveu apenas e somente apenas a motivos de agenda política.
Já agora, lamento que o ME tenha cedido na questão da avaliação dos docentes posicionados nos três últimos escalões. A proposta original era, sem sombra para dúvidas, aquela que melhor servia os interesses da educação e, sobretudo, o erário público. Estes docentes – a maior parte com trinta ou mais anos de serviço – não necessitam de provar o que quer que seja. Isto sem invalidar o raciocínio de que existem docentes menos bons em qualquer escalão.