Jesus contou uma parábola aos discípulos: «Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?
Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo o discípulo bem formado será como o seu mestre.
Porque olhas para o argueiro que está no olho do teu irmão e não prestas atenção à trave que está no teu olho?
Como é que podes dizer ao teu irmão: "Irmão, deixa-me tirar o argueiro do teu olho", quando não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e então verás para tirar o argueiro do olho do teu irmão». (Lucas, 6, 39-42).
Vem esta passagem da Bíblia a propósito de mais um ano lectivo que agora se inicia. Um ano antecipadamente condenado a ser um ano de reabilitação da escola pública, processo sem o qual seremos incapazes de regenerar, pela mudança, a educação em Portugal.
Já ninguém duvida que as questões da Educação – formal, informal e não formal – são determinantes para o desenvolvimento económico das populações.
E sem ver apenas argueiros nos olhos dos outros, ao mesmo tempo incapazes de vermos traves nos nossos, temos de saber reinventar soluções para os problemas que afectam o ensino, encontrando paradigmas mais adequados aos novos tempos, na certeza que o nosso futuro passa por um olhar integral sobre a nossa própria realidade.
Os problemas não andam desligados uns dos outros. O exemplo grego é extremamente elucidativo disso mesmo.
Assim, livres de peias teremos obrigatoriamente de fazer mais e melhor com menos.