De alguns anos a esta parte, as mudanças vêm em diferentes formatos e tamanhos. De algumas apercebemo-nos – e (in)felizmente muito bem -, enquanto outras passam quase despercebidas, mas, mesmo assim, com tanto ou mais impacto que as primeiras. O certo é que as mudanças são o que são e sem elas o nosso mundo, na maior parte das vezes, seria um lugar muito aborrecido.
Contudo, em muitas áreas parece que nada acontece. Por exemplo, se tomarmos em linha de conta o que se passa no nosso modo de ser e estar observamos que não existe muita coisa que possamos qualificar de melhoria e muito menos de “inteligente”.
Já agora reparem o que acontecia, até muito recentemente, no chamado mundo da pobreza. Não querendo, de modo algum, ofender as almas de boa vontade, a verdade é que, para muitos portugueses, era de toda a conveniência não ter emprego, tudo fazer para desbaratar os poucos recursos que estavam ao alcance da sua mão, enfim, não lutar por melhorar o respectivo nível de vida e dos seus, uma vez que sabiam que o designado Estado Social(ista), através do Rendimento de Inserção Social e demais quejandos auxílios, ano após ano, lhes valia. Por isso, era perfeitamente normal(!!!) não existir qualquer ralação com o que quer que fosse, uma vez que o dinheirinho no final do mês era certo.
Veja-se, porém, o que presentemente se passa. Hoje em dia, com a recente imposição de um imposto sobre os mais ricos, isto é, aqueles que auferem rendimentos anuais superiores a 153 000,00 euros, e apesar do eventual paradoxo, todos adoraríamos que houvessem muitos e muitos ricos, já que se assim acontecesse o país estaria salvo. O nosso problema, infelizmente, é que, de acordo com os rendimentos declarados, o seu número é tão reduzido que a receita a arrecadar, através deste imposto especial de solidariedade, não irá além de uns míseros cem milhões de euros, no fundo, uma gota de água no imenso oceano das nossas necessidades.
E, ainda por cima, alguns dos mais ricos – leia-se, por exemplo, Américo Amorim – não passam de meros trabalhadores. Caramba, até nisto temos azar!