Mesmo tendo em conta que há quem continue a olhar para os feitos dos outros, desdenhando o seu autor e a própria obra, numa manifestação de iletrismo e, pior ainda, revelando a mais pura das invejas, a verdade é que pessoas existem que apresentam um potencial digno de nota.
Diz-se que os nossos artistas são expostos nos museus londrinos, franceses ou nova-iorquinos e que as suas obras atingem valores astronómicos – pelo menos, tendo em conta o valor da minha bolsa -, bem como muitos dos nossos escritores são traduzidos e imensamente lidos no estrangeiro. As razões de tais sucessos – reconheço-o – devem-se muito mais ao seu poder criativo do que ao incremento por parte dos até aqui responsáveis governamentais, os quais preferiram ter armazém/apartamento em Veneza, para passarem um dias em relaxe, do que investir propriamente em cultura.
Na verdade, neste momento, a nossa imagem não pode ser resumida a algo semelhante à Grécia, pois bem sabemos que o desenvolvimento da nossa sociedade senão prosseguiu - em tempos p.p. bem sabemos que não - há-de prosseguir em bom ritmo em todos os sectores, mas fundamentalmente em torno do sector do ensino – prefiro esta designação à que usa habitualmente, ou seja, educação. Todavia, tal não pode ser independente dos resultados que venham a ser alcançados, pois o sentido das enormes responsabilidades, que pendem sobre os ombros de cada um, a isso obriga.
Nesta ordem de ideias, é com enorme apreensão que se vêm alguns ditames que, de muito perto, nos cercam, onde se nota já alguma prepotência e discricionariedade e, pelo andar da carruagem, com tendência a piorar. Não se esqueçam que quando vemos as barbas do vizinho a arder, devemos colocar as nossas de molho. Alerta, pois!
Voltaremos a este assunto.