Dizer que o novo governo, que amanhã toma oficialmente posse, é o mais pequeno desde o 25 de Abril, que foi constituído em tempo recorde e em ambiente recatado, todos o sabem e já foi dito e escrito até à saciedade. Parabéns. Que possui ministros que foram surpresa, uns positivamente, outros nem tanto, bem como existem aqueles que são “assim, assim”, também não é novidade para ninguém, e, por isso, não adianta discorrer sobre tal.
Nessa ordem de ideias, resta-me, como não podia deixar de ser, ajuizar sobre o que se espera do novo Ministro da Educação. Não sendo a minha primeira escolha, é, sem dúvida, um dos que mais me agradam. E, pelo que se ouve e lê, não sou o único a ter esta opinião. Bem pelo contrário. Relembro uma conferência sobre educação, que tive o prazer de assistir em Aveiro, há dois anos, em que, a par com Marcelo Rebelo de Sousa, foi um dos oradores. Se conseguir colocar em prática, não digo todas, mas as principais ideias que aí defendeu, dará o maior e melhor contributo que alguém já deu à Educação em Portugal após 1974.
Depois de tantos e tantos anos em que a Educação foi palco de lutas e sujeita a enorme turbulência, com a inevitável perda de autoridade por parte do corpo docente, é natural que depositemos em Nuno Crato muitas e muitas esperanças. Todavia, não querendo preconizar, desde já, toda uma série de medidas que este terá de tomar a curto prazo, pois, estou certo, saberá quais, apenas acrescento uma, a qual já aqui fiz referência.
Sabendo que os professores são das classes que mais têm sentido os efeitos da crise económica e que, infelizmente, por causa da incúria dos últimos governos, continuarão a sentir, é absolutamente necessário dar-lhes algo em troca, quanto mais não seja, paz nas escolas e menor burocracia.
Por isso, é fundamental que a avaliação do desempenho docente seja imediatamente revogada. E não será nada difícil. Basta aprovar em reunião de Conselho de Ministros a resolução aprovada há meses na Assembleia da República, retirando-lhe, deste modo, a inconstitucionalidade que padecia.
E os professores não são ingratos.