O meu ponto de vista

Junho 02 2011

Sinto-me tão bem ou tão mal que, segundo as sondagens, faço parte dos nove em cada dez portugueses que estão dispostos a mudar de emprego. Mais, se fosse mais jovem aumentaria a percentagem – são já cerca de cinquenta por cento – dos que não colocam qualquer entrave a trocar de país ou continente para melhorar o seu nível de vida.

Bem, também não admira. Não faço parte – também não queria – da enorme legião de boys e girls seguidores do extraterrestre – ou será alienado? - que nos (des)governa nos últimos anos.

Segundo os especialistas, a emigração faz cada vez mais parte das opções dos portugueses e não pelas melhores razões. As ambições de uma carreira à escala internacional por mero gosto de evolução e experiência profissional foram superadas pela necessidade de ter um salário no final do mês. Com o desemprego a atingir números recorde – já vais nos 12,6 % - há cada vez mais pessoas a fazer as malas e colocar o seu talento ao serviço de outras economias. Aliás, nunca como hoje se pode afirmar, sem receio de ser desmentido, que “santos ao pé de casa não fazem milagres”.

Esta é uma realidade que não conhece fronteiras etárias: geração Y (entre os 18 e os 29 anos), geração X (dos 30 aos 49) e até os Baby Boomers (com mais de 50) têm em comum uma disponibilidade crescente para arriscar recomeçar noutro país.

Um estudo da Kelly Services, revela que, em Portugal, um número significativo de pessoas trabalha em condições não convencionais que incluem a realização de horas extra – onde é que eu já vi e ouvi falar disto? -, a necessidade de vários empregos e percorrer longas distâncias até ao trabalho.

Sabem os leitores que não tenciono mudar de país, como é evidente. Todavia, como a “boa vida” acabou, acho que devemos, por um lado, e, desde já, esquematizar as etapas e definir objectivos precisos, assim como, quando e em que contexto queremos que se realizem as mudanças. Por outro, focalizarmo-nos nas crenças e valores, na identidade e visão da família são causas fundamentais para a mudança desejada.

Pressentimos um impulso de mudança? Se sim, que senso de identidade se encontra por detrás de tal sentir? E será que as motivações interiores superarão os obstáculos que, sem dúvida, surgirão? Teremos valores suficientes que se sobreponham às barreiras e às dificuldades emergentes?

Por fim, conseguimos avaliar os ganhos no processo, encarado como um todo? Se sim e se a resposta for positiva avançar é a solução. Caso contrário, “escute, pare e … medite”!

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:32

Junho 02 2011

Escolher destino, fazer malas e partir. De preferência para bem longe. Palavras mágicas para esquecer a rotina diária e o stress. Semanas ou apenas alguns dias? Campo, cidade ou praia? Não importa. O relevante é partir. Aliás, descontrair é a palavra de ordem.

Todos conhecemos a saudamos a sustentabilidade. Pelo menos a ambiental. Contudo, tentando fazendo algum paralelismo, direi que a minha sustentabilidade abrange, neste momento, vários estádios de organização, sendo que o actual é muito sensível ao cansaço. Isso advém de um conjunto de medidas e práticas relacionadas com a continuidade dos aspectos profissionais, económicos, sociais, culturais e, já agora, ambientais.

Por isso, não me admiro de ansiar pela beleza arrebatadora e exuberante de uma paisagem natural, perder o fôlego por via de calcorrear montes e vales em tons de verde, pontilhados, aqui e ali, pelo azul do céu. Mas, de modo algum, desdenho uma caminhada ao longo de uma praia de areia branca, um mergulho em águas turquesas e transparentes, bem como um passeio, ao final do dia, quando a areia adquire um tom acobreado e tudo se torna mais calmo.

E, então, a gastronomia? Ah, já estou a ver os leitores, conhecendo-me como me conhecem, a dizer em voz alta: “olha, olha, até que enfim. Estava a ver que não falava em tal”! Sem esquecer a hospitalidade e a simpatia dos naturais, almejo por saborear um peixe acabo de grelhar na brasa, acompanhado de um vinho branco bem fresco, provar uma posta de carne assada em forno de lenha, escoltada por castanhas piladas e de um vinho tinto honradamente encorpado, testar um bacalhau crocante, de entre tantas e tantas outras iguarias. A rematar,  ficando somente por terras pátrias, não ficava nada mal, queijo da serra guarnecido com marmelada caseira. Isto para não falar do café e de um bom cognac, já que dispenso o charuto.

Vá, critiquem-me. Sintam-se à vontade. Mas de uma coisa tenho a certeza: se o fizerem será apenas por inveja. Já agora, digo-vos a verdade: até eu sinto inveja dos meus desejos. Se é que me entendem!

publicado por Hernani de J. Pereira às 00:07

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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