Perplexidade será, porventura, a palavra que melhor exprime os sentimentos de muitas famílias portuguesas nos últimos tempos.
Por isso, nunca, como agora, foi tão obrigatório um controlo intensíssimo dos custos, a motivação constante das pessoas, a intenção de jamais desistir de procurar novas oportunidades, de ser determinado, persistente e estar disposto a correr riscos, pensar sempre mais à frente e antecipar necessidades que permitirão a evolução.
Assim, aos portugueses resta ter, seguramente, planos de contingência, embora esta tarefa também passe e muito pela acção dos políticos, nomeadamente nas promessas (falsas) que fazem.
Neste momento, porém, interessa trazer à colação a acção protagonizada pelos cidadãos. Nesta acção, tão diplomaticamente correcta, quanto a necessidade o permita, aplica-se uma das mais velhas e acertadas máximas em tempos de crise, ou seja, a que recorda que, nestes contextos difíceis, só existem duas opções: chorar as desgraças ou vender lenços a quem chora.
Ora, não tendo a menor dúvida sobre qual das opções devemos tomar, importa, contudo, realçar que os nossos lenços devem ser bordados a ponto fino e sobre o melhor pano, isto é, para que haja um efectivo querer nesta delicada operação de ascensão e progresso é, absolutamente, necessário que a nossa oferta seja realmente de qualidade e saiba dar-se a conhecer.
E, apesar da verdade doer, o certo é que mudar é sempre difícil, mesmo que seja para melhor. A desconfiança é inata, colocando-se sempre a anteriori, e, por isso, a tendência natural é para resistir. Já agora, sejamos honestos, a esta “fraqueza” ninguém escapa, sejam os políticos – principalmente estes -, sejam os cidadãos. Só em desespero de causa se aceita corrigir as sacrossantas e obsoletas leis, alterar procedimentos, mudar de actividade, diversificar e adaptar outros estilos de vida.
Sempre tão preocupados em segurar o “bom” que era antes, demoramos a agarrar as oportunidades que o presente e o futuro coloca à nossa porta.