O meu ponto de vista

Maio 12 2011

Pouca gente há que fique indiferente a uma sondagem. Quando o resultado nos agrada, empolgamo-nos e, ufanos, divulgamo-lo aos quatro ventos, mesmo que, por falsa modéstia, aparentamos não lhe ligar muito. Quando, pelo contrário, não nos é favorável, desvalorizamos e argumentamos que tal não corresponde, de modo algum, à realidade. Mais: acrescentamos que no dia X haverá, com toda a certeza, uma surpresa.

Sem querer ser diferente do comum dos cidadãos, tentarei, sem parecer irónico, não desanimar e mostrar que não existem ganhos antecipados. Contudo, denotar uma postura optimista faz toda a diferença na forma como se aborda a vida e na receptividade que temos em quem nos escuta.

O primeiro grande trunfo é conhecer os nossos valores, as nossas competências, pontos fortes e limitações. Apenas esta consciência permitirá delimitar as funções de onde poderemos retirar satisfações e realizações políticas, mas também fazer perceber aos eleitores o nossos potencial e convencê-los de que somos as pessoas certas para os lugares certos. A nossa convicção faz milagres no momento de decisão final.

Mas marcar a diferença perante os demais passa também por uma exemplar capacidade de planeamento e noção dos limites. De nada nos servirá aceitar um desafio onde sabemos, à priori, que não vamos “permanecer” por muito tempo, pois não temos o perfil político adequado para tal. Ser rigoroso no que procuramos e na imagem que queremos transmitir, eis “ meio caminho andado …”

Ter sempre um plano de acção é, segundo os especialistas, importantíssimo, já que evita dispersão. Em momentos de adversidade económica, como são os que atravessamos, é relevante que os nossos objectivos estejam centrados nas metas que queremos alcançar e, por isso o nosso discurso e prática devem estar imbuídos desse espírito. Dispersar as nossas energias em várias frentes não só dá maus resultados, como pode até complicar o nosso percurso. Foquemo-nos no essencial – quatro ou cinco, no máximo, ideias-chave – se quisermos ser bem sucedidos.

Por outro lado, há que delimitar tarefas e metas fundamentais e, sobretudo, segui-las à risca. Se ainda não fizemos um levantamento das prioridades – culpa nossa, máxima culpa (!!!) –, é urgente que o façamos. Depois adequamos a nossa linguagem e preparemo-nos para responder, concisamente, isto é, com frases curtas e inteligíveis a todos a quaisquer quesitos que nos possam ser colocados.

Recolher o máximo de informação sobre o local ou interlocutor é crucial e jamais devemos menosprezar quem quer que seja. Numa luta eleitoral, “produzir” papéis é o mais fácil. Contudo, se negligenciarmos tudo o resto, dificilmente seremos bem sucedidos. Não é à toa que se diz que “uma imagem vale mais que mil palavras”. Não desprezar o poder de uma forte rede de contactos, assim como manter-se informado sobre o que pensam os amigos e militantes – não obrigatoriamente por esta ordem – é, igualmente, de capital importância.

E, já que estamos na era da informática, as redes sociais são de manutenção obrigatória, pois, como bem sabemos, são poiso de pessoas e organizações que aqui encontram o meio ideal para divulgar as suas ideias e partilhar a sua cultura.

Uma outra vertente a explorar diz respeito à importância que damos ao marketing pessoal, ou melhor, ao charme que cada um, à sua medida, possui. É fundamental que os eleitores percebam que nós somos os melhores e é, desta forma, que nos devemos apresentar. Aliás, é dos livros, que a forma mais eficaz de conseguir uma abordagem positiva, ou seja, que não deixe quaisquer margens para dúvidas aos cidadãos, é que estão perante as únicas pessoas que conduzirão o barco a bom porto. Marcar a diferença, embora sem esquecer que os excessos também não são boa política, é indispensável.

Por último, qualquer vantagem que queiramos criar em relação aos demais adversários exige, acima de tudo, muita sensibilidade na forma como abordamos quem nos interpela. Repito, mostrar que fazemos a diferença, sem sermos elementos de ruptura e nunca apresentar quaisquer intuitos de desistência são para levar totalmente a sério. Manter uma atitude positiva, mesmo perante uma rejeição é sinal de força, pois, assim, demonstramos que os erros são pedagógicos. E se algumas tentativas falharem, há que procurar avaliar o que correu mal para nos reposicionarmos e conseguirmos o lugar que merecemos.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:59

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
Maio 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
13

15
21

26
27
28

29
31


arquivos

Janeiro 2025

Dezembro 2024

Novembro 2024

Outubro 2024

Setembro 2024

Agosto 2024

Julho 2024

Junho 2024

Maio 2024

Abril 2024

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

pesquisar
 
subscrever feeds
blogs SAPO