“O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
Mas na intensidade com que acontecem.
Por isso, existem momentos inesquecíveis,
Coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.”
(in Fernando Pessoa)
Hoje é um daqueles dias em que me apetecia viajar. E para quanto mais longe melhor. Queria-me ver numa paisagem e num ambiente acolhedor, descontraído e, simultaneamente, sofisticado nos detalhes de um serviço de qualidade, que fizesse jus ao descanso que penso merecer.
Estou a imaginar-me numa diversidade de serviços, a começar no tipo de alojamento, onde a privacidade e a confortabilidade não fossem coisa de menor importância, de modo a adequar-se ao gosto pessoal com a indispensabilidade do repouso.
Ah, como anseio um bom serviço estampado no sorriso de sempre. Como anelo, igualmente, o sugar dos bons sabores, tendo por base opções distintas de ambiente e de gastronomia.
Por outro lado, por perto, com toda a certeza, haveria tempo de descerrar ruas e desvendar as respectivas gentes, em episódios inesquecíveis, onde a história fosse cantada e encantada. A descoberta de lugares incomuns com uma surpreendente mistura de arquitecturas, ruínas antigas e cultura contemporânea, onde influências do ontem e de hoje combinam na perfeição, seria uma bênção dos céus.
Todavia, também não desdenharia, bem pelo contrário, deixar-me levar para destinos de praia, onde os desejos se multiplicariam, aliados a um bom sol e a um ritmo quente de uma esplanada à beira-mar. E, à noite, em avenidas perfumadas a jasmim e a flor de laranjeira haveria de passear e deleitar-me em tons e sensações únicas.
Hoje, perdoem-me, não quero falar de política ou educação. Hoje deixem-me sonhar.