Não é costume começar um novo texto com expressões quase idênticas a outros escritos anteriormente. Mas, à falta de inovação ou alternativa, lá acontece. E acreditem que não estou a ser modesto.
Sim, eu sei, que a maior parte de nós gosta de outras pessoas, mas preferiria que estas tivessem outro “acabamento”. Aliás, é muito comum ouvir “gosto de ti, do meu modo, do meu jeito, mas adoraria que fosses diferente” e “aceitas tal e qual como sou ou … adeus”. No fundo, no fundo, todos, sem excepção, gostamos de moldar o(s) outro(s) à nossa medida. Exemplificando: se tem a coluna vertical, era bom que a tivesse na horizontal – no bom sentido, entenda-se -; também em relação às medidas – mais uma vez, peço que não levem para “outro lado” -, ousamos querer que estas sejam muito específicas, isto é, preocupamo-nos imenso com as dimensões, texturas, materiais, entre tantos outros detalhes, e muito menos com o design; por outro lado, no que toca à proximidade, tudo depende do local e da hora, sendo que, jamais manifestamos vontade de perceber os objectivos e vontade do(s) outro(s), de modo a estabelecer pontes; por último, pois não me quero alongar mais, o empenho e a qualidade que se coloca na(s) relação(ões) raramente é do tipo “posso e devo fazer mais que estimar o(s) outro(s)”, sendo, pelo contrário, frequente a expressão ”faço mais do que ele(a) merece”.
E, estabelecendo aqui algum paralelismo com o marketing – bem sei que vai cair o “Carmo e a Trindade” por ter a veleidade de fazer tal comparação –, os bons "agentes" são aqueles que sabem e aplicam a velha fórmula “faço muito mais que vender … ”
Já agora vale a pena pensar no seguinte: a experiência é importante, mas nunca pode dispensar a contínua procura da adaptação ao(s) outro(s), compreendendo as suas alegrias, mas também as suas angústias e, eventualmente, desesperos. Cada situação e momento são diferentes e, nessa perspectiva, os(as) nossos(as) amigos(as), pessoas modernas e bem informadas, devem saber que lhes damos essa garantia. Nunca de forma envergonhada ou encapotada. A mesma postura dever-se-á ter em todos os momentos e locais.
Outra atitude é pura hipocrisia. E nisso o mundo está cheio, infelizmente.