O meu ponto de vista

Maio 30 2011

Com a recessão e a necessidade de reorganizar os objectivos globais, as pessoas recorrem, cada vez mais, a conselhos (profissionais ou não), de molde a obter ajuda que torne os caminhos menos pedregosos, ou seja e em suma, para que os meses cheguem realmente ao fim e não fiquem pelo dia vinte ou menos.

Na actual conjuntura, importante mesmo é retirar a carga negativa que está impregnada nos ambientes que rodeiam as pessoas, de forma a que o esforço profissional e pessoal possa fluir o melhor possível. E, sem sombra para dúvidas, devido à crise, hoje em dia, existem muitas pessoas que possuem uma carga emocional acrescida para gerir. As pessoas pensam que amanhã não é o “outro dia”, em que o sol brilhará e o céu mais azul se apresentará, mas sim o dia em que ficarão desempregadas, o dia em que não terão dinheiro para pagar os empréstimos da casa e/ou do carro, o dia em que a fome lhes entrará porta adentro.

Ora, isto significa que tem de ser feito um cuidado trabalho de interiorização para que as pessoas reforcem o seu desenvolvimento pessoal. É absolutamente necessário que as pessoas percebam em que situação se encontram, para onde querem ir – tendo em conta, é claro, as actuais circunstâncias -, o que podem fazer para aumentar a sua performance e, consequentemente, como isso se pode reflectir no seu dia-a-dia.

Este desenvolvimento pessoal ao nível das atitudes, mas também a nível das aptidões que se pretendem atingir, vai ser crucial. É que tal é imprescindível para que possam entrar num processo de auto-reconhecimento, o que pode levar – Deus queira - à descoberta até de potencialidades que ignoravam.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:23

Maio 25 2011

A semana passada foi o caso de uma aluna violada por quatro colegas, sendo que, passados três dias, voltou à escola para se cruzar, de novo, com os violadores – imagino o seu sofrimento -, pois estes, para já, não foram objecto de qualquer sanção. A suspensão imediata destes meliantes não ocorreu a ninguém, ou melhor, lembrar até lembrou, mas dava muito trabalho e incómodos. Por isso, o melhor foi nada fazer e esperar que o tempo faça assentar a poeira. Aliás, neste e noutros campos os jornalistas e bloggers são uns chatos, uma vez que, se não fossem estes, pouquíssimos saberiam e, sobretudo, nada seria comentado.

Ontem, foi o caso da divulgação, no YouTube e Facebook, de um vídeo em que se vê uma adolescente de treze anos a ser violentamente agredida por duas colegas, num acto de pura selvajaria. Tudo isto acontece, assiste-se, filma-se e, já agora, acha-se normal, pelo menos da parte destes últimos. Mais uma vez, pelo menos de imediato, não se age. Vão-se efectuar uma série de averiguações, ouvir-se-ão os participantes e respectivos progenitores, bem como diversos especialistas na matéria, sendo que metade apresentarão perspectivas antagónicas em relação aos restantes, e como, entretanto, o caso irá cair - fatal como o destino - no esquecimento, mais dia ou menos dia, arquivar-se-á.

Resta a mensagem. Em primeiro lugar para os pais. Todos sabemos, apesar de, por vezes, dar imenso jeito esquecer, que os primeiros responsáveis pela educação dos filhos são os pais. Em segundo, em terceiro e em quarto lugar continuam a ser igualmente os progenitores. Depois, sim, é que virá a restante família, os meios de comunicação, a escola e muitos outros. Bem sei que dá uma “trabalheira” dizer que não aos filhos, que causa enormes engulhos obrigá-los a cumprir as tarefas naturais e inerentes à sua idade. É que, para além da obrigação maior que é estudar, ajudar a arrumar a casa, fazer uma ou outra refeição mais ligeira, lavar o carro, bem como outras tarefas que, não os sobrecarregando, lhes incutam o valor do trabalho, são de uma utilidade extraordinária. Já lá diz o ditado “o trabalho do menino é pouco, mas quem o despreza é louco”. Não se trata de trabalho infantil, longe disso, mas de lhes fazer ver que as mais pequenas tarefas exigem esforço e têm valor.

Todavia, nesta matéria, à escola também se encontram assacadas enormes responsabilidades, tanto mais que os adolescentes e jovens ali passam grande parte das horas do dia. E aqui grassa, muitas vezes, a impunidade, o deixa andar que amanhã é outro dia. É um dado adquirido que a violência entre os jovens sempre existiu. Nova, nova é a sua aceitação. Hoje-em-dia para muitos jovens o recurso ao palavrão, à violência verbal e física é o pão-nosso de cada dia. Se isto nos causa admiração, o mais estranho é haver adultos que ao presenciar tais comportamentos viram a cara para o lado, fazem ouvidos de mercador e são mais cegos que os próprios cegos. Isto para não falar dos órgãos de gestão e quejandos, os quais, essencialmente, por comodismo, permanecem dia após dia atrás das suas secretárias, ou em reuniões, muitas das quais perfeitamente desnecessárias, demonstrando, assim, não querer saber do que se passa nas aulas, nos corredores e nos átrios das suas escolas. Aliás, o pouco que lhes chega ao conhecimento, ainda por cima, é desvalorizado, dizendo, por um lado, que não passam de exageros próprios da idade, e, por outro, não agindo com receio de serem apelidados de autoritários.

Depois, a retórica de uma pseudo-esquerda que, infelizmente, enferma muitos docentes e da qual não se conseguem libertar, leva-os a uma prática em que existem argumentos desculpabilizantes para tudo e todos. Já todos ouvimos as estafadas justificações de “proveniente de um meio social desfavorecido”, “oriundo de uma família desestruturada”, “filho(a) de um toxicodependente ou prostituta”, “cada caso é um caso”, entre tantas outras, como isso fosse, per si, anátema ou doença incurável.

Há que, de uma vez por todas, responsabilizar, independentemente, da sua origem, credo ou raça, todos aqueles que extravasam as regras da boa educação e cidadania. E a imposição - não há que ter medo da palavra - dos preceitos de urbanidade tem de ser feito urgentemente, sem peias ou receios, tendo sempre presente que, nesta e noutras matérias, é de longe preferível pecar por excesso do que por defeito.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:04

Maio 24 2011

Os que me conhecem sabem que, apesar de pecador – não o digo por excesso de humildade -, sou crente e, o máximo que me é possível, um cristão praticante. E abro, desde já, um parêntesis para reafirmar que nem eu nem ninguém sabe o que é isso de “não praticante”. Ou se pratica e é-se, ou não se pratica e não se é. Todos sabemos, apesar de alguns, por comodismo ou outro motivo qualquer, afiançarem o contrário, que ao afirmarmo-nos como católicos isso implica, obrigatoriamente, uma prática regular e o uso de preceitos rigorosos. Como em muitas questões, mas principalmente nesta, não há lugar para meio termo.

Por isso, nada há a estranhar que as discussões - saudáveis, entenda-se - aconteçam. Uma das suscitadas ultimamente prende-se com a existência ou não do Limbo. Este lugar, na doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana, que se imagina fora dos limites do Céu, um lugar de pré-anunciada felicidade natural, mas sem a visão beatífica de Deus, não é destino desejado nem de crianças nem de almas justas.

No Limbo que a nossa matriz cristã foi criando, viverão as crianças não-baptizadas e as almas justas que passaram pela terra antes da chegada de Jesus Cristo. Uma e outras impedidas de limpar, pela purificação baptismal, o pecado original com o qual nenhuma alma poderá entrar no Paraíso Celeste.

Para a Igreja, a condenação ao Limbo seria a mais branda de todas, apesar da congregação para a Doutrina da Fé, a pedido do actual Papa, então Cardeal Ratzinger, ter considerado, em 2007, que o Limbo infantil, isto é, o Limbo destinado às crianças não-baptizadas poderá não passar de uma mera hipótese e jamais deverá ser considerado dogma.

Ora, tendo presente estas posições, conjugadas com a leitura das Sagradas Escrituras que, ao longo da vida, tenho feito, bem como a reflexão que faço sobre as mesmas, tenho para mim a certeza de que o Limbo, efectivamente, não existe, não sendo, de modo algum, heresia não acreditar na sua existência. Assim, acredito que as crianças que morrem antes de serem baptizadas vão, tal e qual como os santos e os verdadeiramente arrependidos, directamente para o Céu.

Caso contrário, é a questão do Purgatório, sendo que aqui se verifica a condição e processo de purificação ou castigo temporário em que as almas daqueles que morrem em estado de graça são preparadas para o Reino dos Céus. Por isso, rezamos pelas almas dos nossos entes queridos, com vista a que aqui permaneçam o menos tempo possível.

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:10

Maio 23 2011

Por vezes, algumas pessoas, isto é, as poucas que costumam pensar, interrogam-se acerca da culpa que tiveram na enorme crise económica, entre outras, que o nosso país atravessa. A minha resposta, invariavelmente, vai para o sim. Como é evidente, os governos não são escolhidos por estrangeiros ou ao acaso. São fruto de escolhas pessoais e, sobretudo, a sua acção governativa é, essencialmente, ditada pela maior ou menor pressão que os mais diferentes sectores da sociedade lhes fazem.

E a certeza absoluta é que tal situação nos conduziu a mais que uma crise económica, obrigou-nos a suportar uma crise política. Não vale a pena disfarçar e enlamear seja quem for. A insistência, ou, como, hoje, as pessoas gostam de lhes chamar, a persistência em práticas contraproducentes, levadas a cabo pelo presente governo, felizmente demissionário, conduziu a maioria das pessoas à desilusão.

Todavia, verdade seja dita, a presente crise política só tem sentido se não atrasar ainda mais o processo de reformas de natureza estrutural, o qual é indispensável para garantir o desenvolvimento sustentado do país e, em consequência, também pelo efeito de arrastamento, vital para o crescimento económico e para o emprego.

Mas, tendo presente a prática governamental do PS, será que devemos estranhar? Penso que não. As mudanças de arquétipo são, frequentemente, associadas, numa fase inicial, a perturbações menores, às quais, a maior parte das vezes por autismo político, não lhes damos importância. Aliás, os principais destinatários são os primeiros responsáveis pelo erro de análise, uma vez que, após constatarem a surpresa provocada pelas alterações, atribuem, quase sempre, as culpas a circunstâncias externas. Depois do primeiro erro, vem o segundo, e atrás deste … o hábito.

O certo é que demorou alguns anos até que se adquirisse consciência plena de que não era possível às famílias e ao país continuar a sustentar o crescimento acelerado do endividamento. Conceder crédito a tudo e a todos para aquisição de tudo, era, como hoje está demonstrado, insustentável, quer em termos de recursos financeiros do sistema bancário nacional, quer em termos de capacidade de endividamento de uma boa parte delas, realidade que nem os sucessivos alargamentos dos prazos de empréstimo conseguiu ultrapassar.

Bem sei que isto não é aceite de bom agrado por uma parte substancial da população, pois, politicamente, não é correcto. Porém, a realidade diz-nos que todos – governantes, empresas, bancos e famílias – demoraram a perceber que a economia pode ser conduzida, distorcida e até “enganada”, durante algum tempo, mas, no fim, sempre prevalecerá a tendência para a justa valorização dos recursos e para a sua afectação mais eficiente.

Tardámos, culpa principal de quem nos governou nestes últimos seis anos, em reconhecer os problemas e demorámos a construir soluções fiáveis, as quais apenas foram possíveis de encontrar com ajuda da troika. Agora, encontradas que foram aquelas – para aplicar de forma obrigatória e, de certo modo, imperiosa -, sobre as quais foi possível estabelecer, a priori, consensos efectivos e alargados na sociedade portuguesa, é o momento para não continuar a esconder, por motivos eleitorais ou outros, a verdade aos portugueses. Bem pelo contrário.

Tendo presente os erros cometidos durante a I República e que conduziram à morte da democracia, ocorrida em 28 de Maio de 1926, e reconhecendo a urgência da implementação das ditas soluções, tem que ser possível que as principais forças políticas façam um esforço para, de imediato, cessarem com demagogias e populismos sem sentido.

Os muitos milhares de portugueses que afincadamente e de um modo honroso trabalham em prol de um país melhor ficariam eternamente gratas.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:43

Maio 22 2011

Nos tempos que correm, alguma coisa nos poderá causar admiração? Nada ou muito pouco. E, como costumo dizer, após ter visto um porco andar de bicicleta já nada acho estranho.

Por isso, porque me hei-de admirar de, ultimamente, Lisboa ficar diariamente sem imigrantes – leia-se paquistaneses, chineses, indianos, africanos, entre outros -, os quais mal compreendem uma palavra de português e, pior, não podem votar, por serem arregimentados para encherem os comícios do PS por este país fora?

A maior parte destes que, para além dos parcos conhecimentos dos seus países de origem, também mal conhecem Lisboa, nos últimos dias têm visitado, a troco de transporte e comida, o país de norte a sul. Foi vê-los em Braga, Coimbra, Beja e em Évora. Amanhã estarão noutra cidade, a abrilhantar a comitiva e a gritar por José Sócrates, pois o PS consciente do apoio dos portugueses não dispensa estes nossos concidadãos.

Força PS. Assim se vê a força de José Sócrates.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:30

Maio 20 2011

Perplexidade será, porventura, a palavra que melhor exprime os sentimentos de muitas famílias portuguesas nos últimos tempos.

Por isso, nunca, como agora, foi tão obrigatório um controlo intensíssimo dos custos, a motivação constante das pessoas, a intenção de jamais desistir de procurar novas oportunidades, de ser determinado, persistente e estar disposto a correr riscos, pensar sempre mais à frente e antecipar necessidades que permitirão a evolução.

Assim, aos portugueses resta ter, seguramente, planos de contingência, embora esta tarefa também passe e muito pela acção dos políticos, nomeadamente nas promessas (falsas) que fazem.

Neste momento, porém, interessa trazer à colação a acção protagonizada pelos cidadãos. Nesta acção, tão diplomaticamente correcta, quanto a necessidade o permita, aplica-se uma das mais velhas e acertadas máximas em tempos de crise, ou seja, a que recorda que, nestes contextos difíceis, só existem duas opções: chorar as desgraças ou vender lenços a quem chora.

Ora, não tendo a menor dúvida sobre qual das opções devemos tomar, importa, contudo, realçar que os nossos lenços devem ser bordados a ponto fino e sobre o melhor pano, isto é, para que haja um efectivo querer nesta delicada operação de ascensão e progresso é, absolutamente, necessário que a nossa oferta seja realmente de qualidade e saiba dar-se a conhecer.

E, apesar da verdade doer, o certo é que mudar é sempre difícil, mesmo que seja para melhor. A desconfiança é inata, colocando-se sempre a anteriori, e, por isso, a tendência natural é para resistir. Já agora, sejamos honestos, a esta “fraqueza” ninguém escapa, sejam os políticos – principalmente estes -, sejam os cidadãos. Só em desespero de causa se aceita corrigir as sacrossantas e obsoletas leis, alterar procedimentos, mudar de actividade, diversificar e adaptar outros estilos de vida.

Sempre tão preocupados em segurar o “bom” que era antes, demoramos a agarrar as oportunidades que o presente e o futuro coloca à nossa porta.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:42
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Maio 19 2011

Para quem não se resigna, para quem acha que, para além de um direito, é um dever intervir activamente na sociedade, este é um mau momento para se encontrar o quadro perfeito. A conjuntura agreste veio lançar para a indisponibilidade profissionais muito competentes acabando o status quo por ganhar face à ausência de concorrência.

Mas será que, face ao actual momento de enorme crise, cansaço, receio pelo futuro, entre outros motivos, os que se agacham hão-de prevalecer sobre os que, independentemente de cada vez serem em menor número, assumem, contra ventos e marés, as suas responsabilidades? Ou seja, será que basta, em tempos de elevada penúria, ganhar pontos mesmo quando demonstrem incapacidade para desenvolver funções que não vão sequer além das suas competências básicas? Arrepender-se-ão aqueles que pensam que tal postura fará a diferença. No momento actual até poderá ser que sim, mas o futuro encarregar-se-á de os desmentir. Recordo que jamais alguém conseguiu passar, sem se molhar, por entre os pingos da chuva.

Por outro lado, desenganem-se aqueles que pensam que por muito que “percam” metade ou mais dos talentos – dedicação, eficácia, ideias inovadoras, reivindicações e questionações, principalmente estes últimos –, mesmo assim tal é menor que a metade que julgam poder ganhar. Aliás, duas metades só são rigorosamente iguais quando as olhamos no plano teórico, desprezando as alterações que a realidade pode alterar, como, por exemplo, a acomodação.

Tal como não aceitamos que ao pedir uma garrafa no restaurante apenas nos seja servido apenas meia garrafa, ou quando nos calçamos não fazemos apenas num só pé, também neste campo há que jogar com o baralho todo e ir a jogo mesmo que, à primeira vista, tal nos pareça absurdo.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:01

Maio 18 2011

A vida tem destas incongruências. Sempre se soube, e hoje os media ajudam a observar melhor, que um homem passa de bom a besta na mais pequena fracção de segundo. Já o contrário, apesar de também se verificar, é muitíssimo mais raro e o tempo de mudança é extremamente lato.

Então, no caso concreto dos políticos, o axioma anteriormente citado, acentua-se mais e de um modo muito acutilante. Os políticos são bons desde que não toquem nos meus interesses, isto é, desde que não invadam o meu quintal, pois, caso contrário, não dão tiros, mas sim bazucadas nos próprios pés. Tudo isto me faz lembrar a questão da incineração/tratamento dos lixos, assunto já abordado neste local em anteriores textos. Todos sabemos que aqueles, igualmente por nós produzidos, necessitam de ser tratados. Até aqui, nada a opor, uma vez que não existe qualquer discordância. O problema coloca-se quando se começa a indagar onde isso poderá ser feito. Aí, perdoem-me o plebeísmo, “é que a porca torce o rabo”. A resposta é sempre a mesma: em todo o lado menos ao pé da minha porta.

Sempre fomos e infelizmente continuamos a ser um país de coutadas e de um corporativismo feroz. Mais: aqueles que no tempo da “outra senhora” criticavam o corporativismo do Estado Novo, são, presentemente, os maiores defensores das respectivas agremiações, independentemente da existência ou não de enodoadas valias. Vejam-se os casos de defesa acérrima feita pelos sindicatos relativamente aos seus feudos, não querendo saber se isso afecta – a maior parte das vezes gravemente - os interesses dos outros e do país, bem como a impossibilidade de se julgarem os médicos, advogados, juízes, professores, entre tantos outros profissionais, pois, nestes casos, com raríssimas excepções, a respectiva classe une-se para os defender, por muito que todos saibam da sua culpa.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:49

Maio 17 2011

Poderão não acreditar, mas é verdade. Estou cansado que venham queixar-se da indisciplina dos alunos, da falta de condições, da inexistência de informações, do desterro a que se encontram votados, das inúmeras substituições que têm de fazer, da estranha(!!!) tirania das viscondessas e barões instalados, entre tantas outras lamentações.

Tal como, em princípio, muitos de nós não podemos apresentar queixas do governo que temos, pois, não foram os espanhóis, mas, sim, os portugueses que, maioritariamente, votaram em José Sócrates – aliás, por muito que se estranhe, ainda há quem novamente lhe queira dar o voto -, também os docentes têm a gestão e os coordenadores que merecem.

Bem podem argumentar que se fosse hoje “outro galo cantaria”. Contudo, a verdade é que por muito que “torçam a orelha, esta não deita sangue”. Agora, como afirmam os conformados – e ainda são alguns -, é aguentar e “fazer das tripas coração”.

Por isso, e também porque nunca fui adepto de “chorar sobre o leite derramado”, hoje quero alcançar o infinito, pois o arco-íris não me basta. É que como diz um meu amigo “hoje-em-dia falar em arco-íris é como falar de um peditório para o qual já ninguém dar”. Infinito é a palavra acertada para descrever a paleta de tons que podem fazer da vida um jogo de sedução e diversão. E sem querer “dar” numa de filósofo, a via não passa por dar umas simples pinceladas, ainda que sejam com conta, peso e medida, mas sim o de espalhar a roupa pelo chão, sobre os móveis, de modo a desnudar a obra de arte e observar que os tons que sobressaem vão diminuindo até chegar a um só.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:23

Maio 16 2011

Quem está atento à problemática que envolve o desemprego e, sobretudo, aquele que grassa entre os jovens licenciados, tem visto que a emigração destes é cada vez maior e observa que os mercados mais apetecíveis são o inglês e do norte da Europa.

Bem sei que tal não se faz por novas cartas de chamada, semelhantes àquelas que fizeram furor no séc. XIX e por quem tantos e tantos portugueses ansiavam. Hoje, como ainda recentemente aqui escrevi - e ainda bem que assim é -, o dinheiro já não circula em libras de ouro escondidas num malão transportado num porão de qualquer navio que cruze o Atlântico, pois, por um lado, o dinheiro há muito que deixou de ser abundante, e, por outro, tornou-se uma ferramenta essencial para o desenvolvimento das sociedades, sendo que esta é a lógica das oportunidades que se abrem em todos os lugares.

Um país, como o nosso, com enormes carências, mas onde a classe média tem algum peso, na sequência da inequívoca elevação da pirâmide social e onde o crédito, nomeadamente à habitação, é elevado, num fluxo de dinheiro indispensável ao crescimento e ao desenvolvimento, ao dispor de uma população cuja capacidade de endividamento já atingiu o seu máximo, não é, de modo algum, um mundo de oportunidades, isto para não falar de “El Dourado” que, aliás, nunca o foi.

Por isso, as oportunidades que se abrem nestes novos locais são muitas. Todavia, exigem de quem as procura muita transparência e também um espírito aberto à constituição de parcerias.

Mais: as oportunidades da internacionalização do nosso mercado de trabalho, repito, existem, mas exigem muito trabalho e não se consolidam do dia para a noite, como alguns podem pensar na ilusão do sucesso fácil. Nunca o foi e muito menos o será actualmente.

Por último, importa aqui realçar que conseguir alcançar o tão desejado “sim” para este “salto” do séc. XXI é também sinónimo de exaurização do futuro deste país, pois, como é facilmente compreensível, ao perdermos o que de melhor temos, não é com os piores que vamos longe.

Adenda: Sabem que cerca de vinte por cento dos jovens portugueses entre os 20 e os 30 anos de idade não trabalham nem estudam e que, em Espanha, esse número salta para os cinquenta por cento. Sem dúvida, fruto de políticas socialistas. Já agora, vale a pena pensar nisto.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:05

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
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