Para uns é mais uma data no calendário. Para outros é, e ainda bem, motivo de festa e regozijo. Para mim, porém, é um dia em que relembro aquilo que há quatro anos aconteceu. Não que quisesse, mas sim porque Deus, na sua infinita sabedoria, achou por melhor. E crendo como creio firmemente no Altíssimo apenas me restou curvar e aceitar bondosamente a Sua vontade.
Sim, bem sei que parece mentira. Mas, a verdade é que já passaram quatro anos. Parece que foi ontem, de tão vivas que estão guardadas as memórias daqueles últimos dias, mas, o certo, é que o pêndulo da vida, essa inexorável máquina, não pára.
Se fosses viva, querida mãe, não tenho a menor dúvida, tantas e tantas coisas teriam sido diferentes. Os teus modos, a tua força e, fundamentalmente, o teu jeito de mostrar o outro lado ter-me-iam, repito, com toda a certeza, levado a trilhar outros caminhos. Pecador me confesso e, acima de tudo, humildemente me declaro homem carente da palavra positiva e amiga dita no lugar e à hora certa. Quem, por muitos anos que tenha, pense que não necessita de um conselho e de um ombro protector, que atire a primeira pedra.
Hoje volto a chorar e, tal como faço todos os sábados, depositarei carinhosamente um ramo de flores na tua campa, local onde rezarei por ti.
E, pelas 19H30, na Igreja Matriz de Vilarinho do Bairro, rezar-se-á uma missa em tua memória. Que continues a descansar em Paz, querida mãe, e que a Luz Perpétua continue a iluminar-te.