O meu ponto de vista

Março 18 2011

A memória é algo de extraordinário. Permite-nos, simultaneamente, recordar momentos felizes, tal como instantes que todos adoraríamos, para o bem ou para o mal, de fazer “delete”.

Por isso recordo-me muito bem de alguém que governou este país durante mais de quarenta anos e que afirmava “eu ou o caos; se não formos nós – leia-se a única força política permitida (Acção Nacional) – será o comunismo e, com este, a fome e a insegurança entrar-nos-á porta dentro”.

Sendo certo que o “papão” mudou de designação, não é menos verdade que continua inflamadamente a ser agitado. Veja-se o que, nos últimos dias, José Sócrates, ao mesmo tempo que se vitimiza – é catedrático nestas encenações – afirma: “o seu governo ou descalabro total; nós ou a entrada do FMI com toda uma série de desgraças indescritíveis”.

A talhe de foice, diga-se, em abono da verdade, que as pragas e os cataclismos, tão prodigamente narrados no Antigo Testamento, nada são, de acordo com as palavras do nosso primeiro-ministro, quando comparadas com o que nos espera se o PS abandonar o governo.

Mas será que o PS pensa que somos parvos? Que não vemos que estamos a um passo do abismo e, para agravar a situação, estão prontos a darem o passo em frente?

Deixem de usar a “cassete”, a qual já não suportamos ouvir, uma vez que bem sabemos que não vos move o interesse do país, mas sim continuar a “mamar na teta”.

Caramba! Pior do que está não é possível e, por isso, outra solução governativa é imprescindível e inadiável.

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:16

Março 17 2011

Ouvimos e lemos amiúde ser imprescindível colocar ordem - no sentido ético, como é óbvio - no ensino, no desporto, na cultura, na política, entre tantos outros sectores da sociedade. Todavia, se não colocarmos o acento tónico no modo de ser e estar em nossas casas, por muito que proclamemos, inclusive aos quatro ventos, o contrário, não deixamos, com toda a certeza, qualquer marca registada. É, essencialmente, de casa que tudo parte. O fermento, que tudo há-de levedar o futuro, tem obrigatoriamente de morar aí. O resto é acrescento.

Com uma experiência democrática de quase quarenta anos, procurando, por todos os meios, construir uma escola maximamente inclusiva, a verdade é que continuamos a não gozar de boa reputação. Bem pelo contrário. Aliás, não é por acaso que não acredito na escola inclusiva.

A teimosia em práticas há muito dadas como erradas, bem como a permissividade que diariamente damos mostra, chegando ao ponto de alguns criticarem quem se pauta de modo autoritário – sim, não vamos sonegar a palavra, pois, se aplicada no bom sentido, nada tem de despótico – apenas nos desautoriza, não inova e jamais racionaliza e optimiza recursos e espaços.

A mediação e, fundamentalmente, a prestação de um serviço eficiente e de grande profissionalismo, a um custo suportável, é uma necessidade absoluta e também uma questão de bom gosto.

Para isso, em casa, há que apostar caminhos alternativos. A saber:

  • Nova filosofia (de vida), pois para além da qualidade o factor tempo é fulcral. Tempo livre para pensar e para relaxar;
  • Outros produtos/serviços, uma vez que beneficiar do know-how de experiências e investigações feitas especificamente é o princípio de segurança no futuro;
  • Diferentes concepções de modo a que as soluções propostas procurem sempre ir ao encontro das necessidades de todos;
  • Tipos de materiais, em que importa mais a natureza intrínseca do que o aspecto exterior, sendo que, contudo, o desejável é que se possa aliar os dois conceitos;
  • Layout das regras, não obrigatoriamente únicas, onde a instalação e a resiliência sejam máximas;
  • Eficácia na metodologia, de modo a que, desde o primeiro contacto com os problemas até à sua resolução, impere a ética e, fundamentalmente, se desenvolva de forma séria, rápida e profissional;
  • Atenção aos detalhes, já que os pormenores são extremamente importantes, principalmente durante os primeiros anos. Prestar um cuidado extremoso e exclusivo em todos momentos é de uma utilidade capital;
  • Presságios de eficiência, os quais permitem intuir a execução de trabalho bem executado, sendo considerado, por isso, meio caminho andado para a garantia do sucesso futuro.
publicado por Hernani de J. Pereira às 18:21

Março 16 2011

Existem tempos para nos perdermos, tal como existem outros para nos encontramos. Este é um em que, por mais tentadoras que sejam as sugestões mundanas, as características do dever, do despojamento e consequente doação devem prevalecer e, sobretudo, deixar marcas indeléveis.

Bem sabemos que existem sempre solução abertas, que é como quem diz “tipo fato à medida do freguês”. E sendo certo que continuamos a possuir o poder de escolher e, fundamentalmente, de fazermos as mudanças que entendermos, também não é menos verdade que o empenho e a qualidade, que obrigatoriamente devemos imprimir à realidade do nosso quotidiano, não dispensam a demanda de novos modos e, acima de tudo, o percorrer de trajectos de inovação que levem à construção do Homem Novo.

Quaresma! Tempo de meditação no exemplo de Jesus Cristo. Este tempo, o qual não é compatível com todas as condições e dimensões em que o homem é pródigo e que possui especificidades muito próprias, é apropriado à renúncia.

É, pois, com este propósito que, até à Páscoa, tão regularmente quanto me for possível, aqui colocarei algumas passagens do Novo Testamento, tentando, com as mesmas, fazer a ponte com o que sucede no dia-a-dia.

LUCAS 11: “Ai de vós, fariseus, que amais os primeiros assentos nas sinagogas, e as saudações nas praças. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, que sois como as sepulturas que não aparecem, e os homens que sobre elas andam não o sabem. E, respondendo um dos doutores da lei, disse-lhe: Mestre, quando dizes isso, também nos afrontas a nós. E ele lhe disse: Ai de vós também, doutores da lei, que carregais os homens com cargas difíceis de transportar, e vós mesmos nem ainda com um dos vossos dedos tocais essas cargas” (negrito meu).

Estas santas e sábias palavras trazem-me à memória as muitas e diversificadas situações que ocorrem no nosso país, umas mais distante, outras mais próximas. Recordo, por exemplo, a questão das actas – principalmente no que concerne à pseudo-correcção -, assim como os inúmeros documentos que nos obrigam desnecessariamente e incompreensivelmente a preencher, como é caso paradigmático as fichas-relatório sobre as NAC. É que, sobre estes dois casos, entre muitos outros que poderia citar, pode-se dizer, sem receio de ser desmentido, que, relativamente aos infaustos autores, também eles nunca suportaram aquilo que obrigam os outros a carregar.

Já agora, e ainda no que concerne a esta papelada, que tanta celeuma tem dado, aposto que ninguém terá coragem de levar tal assunto ao Conselho Pedagógico, apesar de alguns dos seus membros em reuniões mais restritas se terem manifestado veementemente contra.

Contradições incompreensíveis? Talvez não!

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:17

Março 15 2011

Anseio por um modo de estar e agir em que a regra de relacionamento deixe de ser a desconfiança. Como gostaria que o grau zero desta nos atingisse a todos, sem excepção, de forma a terminar com a cultura da suspeição.

Como adoraria inventar um desígnio, uma forma distinta de viver, em que a palavra fosse honra e valesse como Lei. Palavra sincera e credível, como não pode deixar de ser. Porquê submetermo-nos à argumentação sem sentido, incoerente, avulsa até? E, para agravar, a maior parte delas são perfeitamente inúteis, repetitivas e ridículas, mais não servindo que a fomentação generalizada da desconfiança e que, na prática, se traduzem em elevados e desnecessários custos?

Porque não nos ficamos única e simplesmente pelas palavras «amo-te» ou «gosto de ti»? Não será mais vantajoso usar o diálogo simples, concreto e conciso, em vez de garatusas, por mais bem elaboradas que sejam?

Corro e percorro caminhos (des)avindos, salto e sobressalto-me, em busca da palavra antiga, com valor, a qual possuía um único sentido: o da verdade.

Será que há muito perdi o que ainda não encontrei?

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:38
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Março 14 2011

Há mais de uma década que, de uma forma emergente, muito tenho escrito e falado sobre os erros, as diversas soluções para o sistema educativo e respectivas melhorias nas práticas a adoptar.

Alguns analistas apresentam as virtudes e importância deste ou daquele modelo, outros focam-se no estudo de ferramentas de suporte, outros ainda colocam a tónica numa componente igualmente relevante, ou seja, nas pessoas e, sobretudo, no modelo de governação que obriga a um ensino do eduquês.

À semelhança de outras áreas e linhas de pensamento, existe hoje-em-dia informação disponível nos mais diversos tons: desde os contos de fadas de casos de sucesso até à dissecação quase total, senão mesmo total, dos mais diversos factores que levaram à falência destas iniciativas.

Quero, por isso, partilhar aquilo que tenho observado ao longo do meu percurso por esta área, da simples constatação de factos vividos ao longo dos mais de trinta anos que levo - ocupando todos os cargos da vida de uma escola - de docente.

Ao longo de todo o caminho que o sistema educativo, nas últimas décadas, tem percorrido, os desafios têm sido muitos e variados, essencialmente para aqueles que, de um modo ou de outro, o têm querido acompanhar o mais de perto possível. E, verdade seja dita, é frequente encontrarmos uma forte resistência à mudança e nem sempre as organizações corporativas do sector se encontram à altura das alterações do paradigma dos modelos alternativos.

É sabido que em cada dia aumenta a complexidade da “matéria-prima” – leia-se estudantes – obrigando à adopção de modelos mais sofisticados e à revisão de alguns pressupostos do passado recente. Uma coisa é certa: apesar de algumas iniciativas gloriosas e poucos investimentos frutuosos, o sistema educativo vive há tempo suficiente para apresentar, ano após ano, um número considerável de casos de insucesso.

Os diversos exemplos que, infelizmente, tive o (des)prazer de testemunhar continham a combinação “certa” de uma liderança frouxa, com uma equipa desmotivada e uma visão artificial, originando obrigatoriamente o crescimento dos problemas.

A criação de um modelo activo/estratégico de organização é um caminho a percorrer em várias etapas, um percurso que vai removendo os obstáculos que vão surgindo. Quase poderia dizer que tais modelos são autênticos embaixadores da utilização disciplinada da informação e formação, actuando como veículo principal na disseminação do conhecimento pelas comunidades que servem.

Por outro lado, tenho assistido a iniciativas que, apesar de lideradas com sucesso e em pleno cumprimento das funções, para as quais foram concebidas, se vêm órfãs dos seus dinamizadores por estes não se sentirem devidamente apoiados ou, até, simplesmente arredados. Infelizmente, na maioria dos casos, as soluções estagnaram e deixaram de ser encaradas como uma arma estratégica, passando a ser apenas mais um projecto e/ou uma infra-estrutura a manter.

Dada a velocidade das mudanças a que assistimos, actualmente, no panorama educativo e com as pressões governamentais, regionais e locais a que a Escola é exposta, um modelo deixa rapidamente de criar valor se não for melhorado de forma continuada.

Todavia, não tenhamos ilusões. Num modelo tão abrangente quanto os novos Mega-Agrupamentos, nem a melhor das boas vontades consegue alavancar uma iniciativa sem o suporte de uma equipa adequada e motivada. A experiência e a investigação ensinaram-me que as boas equipas são aquelas que conjugam as mais diversas competências e disciplinas, bem como a heterogeneidade, e nelas se encontram, quase universalmente, as seguintes características:

  • Uma liderança com profundo conhecimento dos vários processos/dossiers;
  • Docentes capazes de construir as fundações de um sistema, tendo como única certeza a persistência da mudança e do crescimento;
  • Recursos humanos com espírito crítico, focados nas soluções e não nos problemas;
  • Elementos oriundos das mais diversas áreas da comunidade envolvente, com conhecimento não só do core académico, mas também dos restantes saberes, tais como os sistemas transaccionais – empresas, autarquias, actividades recreativas, culturais e desportivas, entre outras - de forma a proporcionar a integração dos saberes e a eficácia de infra-estruturas;
  • Profunda convicção que o sucesso da equipa é deveras mais importante do que o sucesso individual;
  • Destemor perante os poderes instituídos, quer internos ou externos, rompendo, se necessário, com a paz podre, qual pântano, vigente.

 E se já é raro encontrarmos no nosso tecido escolar equipas gestoras com estas características, ainda é menos frequente depararmos com estas mesmas equipas motivadas e com uma saudável mistura de experiência e ousadia.

No mundo da gestão escolar não existe um modelo único, nem um sistema milagroso que responda cabalmente a todas as necessidades da organização e da comunidade envolvente. Cada solução individual deve ser concebida à luz do objectivo último que se pretende atingir e do perfil de cada utente. Cada uma das abordagens só é válida se tiver como finalidade a criação de valor e, assim sendo, deve ser enquadrada numa solução de gestão única e integrada.

Por outro lado, garantir a sua consistência ao longo do tempo – a parte mais problemática – só é possível com uma visão clara de crescimento ordenado e com a certeza absoluta de que se encontrarão vias para a existência de um investimento continuado.

Concluindo, poder-se-á dizer que o mais importante são os recursos humanos e são estes que, realmente, são a arma diferenciadora de cada organização. Os sistemas operacionais e organizacionais jamais atingirão o patamar da estabilidade sem pessoas satisfeitas. Não sou eu apenas que o digo, pois os mais variados estudos aí estão a comprová-lo. Ter habilidade de criar uma solução sólida, coesa e uma cultura forte de integração é, sem sombra para dúvidas, um factor competitivo e determinante.

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:29

Março 11 2011

De acordo com determinadas pessoas a construção da posteridade deve basear-se na tensão entre uma massa amorfa “apoiada” num plano de vacuidade. No fundo, trata-se de um jogo de reticências, algo do género “faz de conta”, em que parece existir uma nítida sensação de que a matéria mais pesada levita sobre a mais leve e vice-versa. Ou seja, sem rumo e ao sabor da perenidade dos dias.

Por outro lado, com a aplicação de tais conceitos observa-se a não existência de qualquer premissa do colectivo com vista a (re)criar um novo ambiente, até porque, no fundo, não se deseja destrinçar com facilidade as várias etapas. Desta forma não nos podemos admirar da possibilidade do surgimento de uma certa desanexação do exterior em relação ao interior, sendo que a flamância corre sérios riscos de não continuar a enfatizar o que se pensava devidamente estruturado.

E se a intenção é preservar a implantação do "novo", há que ter em atenção que, num ápice, às vezes sem darmos por isso, o novo se faz velho. Nada disto se assume como recente e, por isso, não pode ser passado em vão. E o ressurgimento de antigas patologias só se combate com a reabilitação de outras visões.

Também não deixa de ser verdade que a dificuldade em mostrar e partilhar, por vezes, afectos encontra uma ligação formal muito estreita, a qual corre o risco de se inserir numa paisagem que, paulatinamente, se constrói agrestemente, mas que, paradoxalmente, se pretendeu de grande tranquilidade e inalterada nas suas características intrínsecas.

 

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:31

Março 10 2011

Brutal e de ruptura, arrasador, catastrofista, derrotista, sectário, faccioso, inconsciente, desmobilizador, inconsequente, estas, entre outras, foram algumas das palavras usadas pelos socialistas e seus satélites para analisar o discurso de Cavaco Silva, proferido aquando da sua tomada de posse, ocorrida ontem, perante a Assembleia da República.

Em sentido contrário, a direita exultou perante o diagnóstico feito pelo Presidente da República, tendo-lhe rasgado os maiores epítetos: sério e realista, construtivo, facilitador do retorno aos caminhos necessários à credibilidade do país, sustentável, arruinador de ilusões e, ao mesmo tempo, colocando o dedo na ferida.

E, apesar de ter gostado do que Cavaco Silva disse, há que pesar com o máximo cuidado cada palavra.

Em primeiro lugar, discordo dos que afirmam que o discurso de ontem foi o entreabrir da porta do regresso do PSD ao poder, pois só quem não conhece a verticalidade o sentido ético que coloca em todas as suas acções pode pensar que o Presidente da República criará uma crise política para que os sociais-democratas ascendam ao governo da nação.

Em segundo, porque se tratou de um discurso corajoso, mas simultaneamente perigoso, é necessário ver a coerência em futuras acções. Quando afirma "existirem limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos" está a dizer concretamente o quê? Que não vai admitir mais cortes nos salários, subida dos impostos, aumento das taxas, entre tantos outros custos? Não acredito. É que, de uma coisa todos sabemos: face ao estado a que a camarilha do PS levou o Estado, este ou qualquer outro governo, pelo menos durante os próximos cinco ou dez anos, não terá outra hipótese senão pedir mais sacrifícios ao povo. E, nesta conformidade, como então reagirá?

Em terceiro, será que Cavaco Silva quis dizer, alto e em bom som, que vai estar atento à navegação, não permitindo, daqui para a frente, e de modo algum, veleidades como aquelas que o actual e anterior governo foram expeditos em tomar? Estou convicto que este é o seu mais profundo pensar e, por isso, será caminho que tomará. Todavia, é uma via que exige muita serenidade, ponderação, diplomacia e, acima de tudo, um enorme «jogo de cintura», pois José Sócrates está ansiosíssimo para encontrar um motivo que leve o «Zé Povinho» a vê-lo como vítima. É especialista na matéria e sabe, de antemão, que será a sua tábua de salvação.

De hoje em diante muita coisa mudará e discrição não será a palavra de ordem nas relações entre Belém e S. Bento.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:15

Março 07 2011

A classe docente, como é do conhecimento geral, não edita agendas. Todavia, se o fizesse, aquelas seriam diferentes das usadas pelo comum dos cidadãos, uma vez que, na maioria dos meses, não fariam destrinça entre os dias da semana, isto é, segunda-feira não seria diferente de sábado, tal e qual como quarta-feira não seria desigual ao domingo, ou ainda sexta-feira seria igual a qualquer feriado. Para o professor, a maior parte do ano, os dias são de trabalho: preparação de aulas, elaboração de provas, correcção de trabalhos, etc., etc.

Numa sociedade que pouco ou nada valoriza o saber, em tempos de massificação e de consumismo quase absoluto, não é fácil (re)transmitir esta ideia. Muito menos para a incutir numa sociedade que desvaloriza permanentemente o esforço alheio, muito mais preocupada em olhar para o seu umbigo, numa óptica de puro narcisismo.

Todavia, neste tempo, e principalmente neste ano, terá de ser - assim o espero - o da consagração das valências legais que a Educação deverá adquirir para poder continuar a prestar, com elevada qualidade, o serviço de valor acrescentado que lhe é pedido por quem a procura. É o futuro do país que está em jogo. Aliás, o contrário seria um retrocesso extremamente difícil de explicar, de compreender e muito mais de aceitar.

E quanto à aposta na Educação, esta deverá contribuir para a revitalização social e económica, com a deslocação para a Escola de novos quadros e novas gentes, com o previsível impacto nas estruturas envolventes. Acredito, ainda, que será uma recuperação de um espaço, que poderá funcionar não só como catalisador para uma renovação do meio envolvente, bem como para uma modernização sustentada da Escola.

Para isso, as escolas devem fazer uso maciço de um esforço conjunto, assente na coerência e na transparência, pois só, assim, se conseguirá a modernização e a adequação às novas exigências de sustentabilidade e racionalidade.

Finalmente, dever-se-á ter sempre em conta a qualidade de serviço. É verdade que, infelizmente, muitas vezes, o usuário só consegue avaliá-la na sequência de um processo desenrolado pela regularização de um incidente, evento que exige uma grande interacção com a escola. Contudo, esta sabe que é precisamente a partir destas e doutras experiências que muitos dos seus usuários avaliam a possibilidade de renovar ou não a sua permanência.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:56

Março 04 2011

No coração de... É um bom início de um texto que se quer leve e solto de amarras. Falo da Mulher, única na forma e valorizadora do rigor, bem como do sentido de serviço. E ei-la juntando alma e tradição na criação da envolvência que resulta na excelência da compreensão e colaboração.

Tantas palavras – exactamente quarenta e oito -, mais ou menos rebuscadas e adjectivadas com superior sentido, para dizer o que se pode resumir em apenas duas: gosta dela assim.

Situada em segmentos, ou melhor, em linhas curvilíneas sem princípio nem fim, desenhadas por alguém divino – só pode(!!!) -, onde o passado e o futuro se encontram, cria sensações que, ao longo dos anos – aparentemente poucos, como convém -, sempre privilegiaram atmosferas exclusivas onde o eixo fundamental é das vias mais belas e cujo carácter recupera o esplendor de outrora.

Feérica por temperamento promete tornar-se ponto de encontro de quem se atrever a sentir-lhe a verdadeira alma. Para isso é crucial o momento extraordinariamente “desafiante” pelo qual atravessa. Todavia, é conveniente que sinta a imprescindibilidade da união das forças centrípetas e reflicta sobre o modo como encontrar respostas conjuntas.

Mais importante ainda é que acredite que é na união de esforços que pode construir um futuro melhor, numa procura incessante de abrir novas portas, por onde hão-de jorrar os enormes potenciais, contribuindo, desta forma, para dar mais força àquilo por que tanto anseia. Já agora, serão novos os rumos que indaga? Quero acreditar que sim, pois, raras vezes, desmente a necessidade, premência até, de unir esforços em enlaces que tardam.

O diagnóstico e assumpção dos erros, contemplando os objectivos de fundo, como seria de esperar, não poderá desadequar-se do contexto actual e, assim, deve delinear sempre, em cada dia, propósitos ajustados ao mesmo. Aliás, a inversão, mesmo que hipotética, deste cenário, não criaria o elan necessário a um crescimento sustentado.

Por outro lado, a sua performance sempre teve a ver com a procura sistemática, que não sistémica, de soluções diferenciadoras de criação de valor e com a ambição pela melhoria da competitividade em todas as frentes. Como é evidente, esta postura permitiu-lhe encarar os desafios com um prudente optimismo, apesar de, por vezes, se notar ainda algum retraimento.

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:38

Março 03 2011

Que esta nova versão da avaliação de desempenho docente (ADD) é tão má ou pior que a anterior é algo que todos sabemos. Que serviu apenas os interesses dos que não querem dar o “corpo ao manifesto” nas escolas, vulgo deslocados nos sindicatos, nas DREs e ME, nas câmaras e noutros penachos, está à vista de todos. É que, conforme já aqui escrevi, na anterior versão – leia-se a da Maria de Lurdes Rodrigues – só eram avaliados os que estavam nas escolas e, por conseguinte, só estes progrediam na carreira, enquanto actualmente estes privilegiados apenas necessitam de apresentar um simples relatório.

Contudo, como tudo isto são “favas contadas”, importa reter o que se passa na maioria das escolas. Os que antes vociferavam contra a ADD, recusando toda e qualquer iniciativa que desse corpo ou cobertura a esta, agora, porque se encontram como coordenadores de departamento ou relatores, são os primeiros a colocarem-se na dianteira, manifestando um frenesim e um zelo no cumprimento da mesma que é de pasmar.

O exagero chega a tanto que coordenadores/relatores existem que estão a exigir dossiers - para não dizer portfolios, pois não gosto desta expressão – com descrições pormenorizadas do que se fez e justificações para o que não se fez, relatórios periódicos de avaliação, incluindo exemplares dos trabalhos, fotos e vídeos, entre outras tantas aberrações. Isto para não falar da marcação de reuniões atrás de reuniões, com o fim de discutir, a maior parte das vezes, o sexo dos anjos. Tudo isto mesmo para aqueles que não solicitaram aulas assistidas e, por isso, estão marimbando-se para o muito bom e excelente.

Como é lógico, ressalvem-se todos aqueles cuja atitude nada tem a ver com o que acabo de relatar. Honra lhes seja feita.

Voltando ao cerne da questão, a situação descrita não nos pode causar admiração. Tudo isto emana do actual poder político e estende-se quais tentáculos cefalopoidais. Vejam como são, hoje em dia, eleitos os órgãos de poder nas escolas e as ramificações que depois se alastram.

Para terminar, diga-se que um dos outros motivos causador de enorme desconforto, e que tem empurrado excelentes professores para a aposentação, prende-se com o facto de, até agora, serem os docentes com mais tempo de serviço, os então designados titulares – nem sempre, é certo, os melhores -, que eram avaliadores, para se passar a uma situação quase oposta. Hoje em dia são geralmente os mais novos, os boys de serviço, a avaliarem, reduzindo os mais velhos na carreira, possuidores de mais experiência e portadores de melhor informação, a serem meros prestadores de «serviços sociais» a quem pouco ou nada sabe.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:22
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Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
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