A memória é algo de extraordinário. Permite-nos, simultaneamente, recordar momentos felizes, tal como instantes que todos adoraríamos, para o bem ou para o mal, de fazer “delete”.
Por isso recordo-me muito bem de alguém que governou este país durante mais de quarenta anos e que afirmava “eu ou o caos; se não formos nós – leia-se a única força política permitida (Acção Nacional) – será o comunismo e, com este, a fome e a insegurança entrar-nos-á porta dentro”.
Sendo certo que o “papão” mudou de designação, não é menos verdade que continua inflamadamente a ser agitado. Veja-se o que, nos últimos dias, José Sócrates, ao mesmo tempo que se vitimiza – é catedrático nestas encenações – afirma: “o seu governo ou descalabro total; nós ou a entrada do FMI com toda uma série de desgraças indescritíveis”.
A talhe de foice, diga-se, em abono da verdade, que as pragas e os cataclismos, tão prodigamente narrados no Antigo Testamento, nada são, de acordo com as palavras do nosso primeiro-ministro, quando comparadas com o que nos espera se o PS abandonar o governo.
Mas será que o PS pensa que somos parvos? Que não vemos que estamos a um passo do abismo e, para agravar a situação, estão prontos a darem o passo em frente?
Deixem de usar a “cassete”, a qual já não suportamos ouvir, uma vez que bem sabemos que não vos move o interesse do país, mas sim continuar a “mamar na teta”.
Caramba! Pior do que está não é possível e, por isso, outra solução governativa é imprescindível e inadiável.