A classe docente, como é do conhecimento geral, não edita agendas. Todavia, se o fizesse, aquelas seriam diferentes das usadas pelo comum dos cidadãos, uma vez que, na maioria dos meses, não fariam destrinça entre os dias da semana, isto é, segunda-feira não seria diferente de sábado, tal e qual como quarta-feira não seria desigual ao domingo, ou ainda sexta-feira seria igual a qualquer feriado. Para o professor, a maior parte do ano, os dias são de trabalho: preparação de aulas, elaboração de provas, correcção de trabalhos, etc., etc.
Numa sociedade que pouco ou nada valoriza o saber, em tempos de massificação e de consumismo quase absoluto, não é fácil (re)transmitir esta ideia. Muito menos para a incutir numa sociedade que desvaloriza permanentemente o esforço alheio, muito mais preocupada em olhar para o seu umbigo, numa óptica de puro narcisismo.
Todavia, neste tempo, e principalmente neste ano, terá de ser - assim o espero - o da consagração das valências legais que a Educação deverá adquirir para poder continuar a prestar, com elevada qualidade, o serviço de valor acrescentado que lhe é pedido por quem a procura. É o futuro do país que está em jogo. Aliás, o contrário seria um retrocesso extremamente difícil de explicar, de compreender e muito mais de aceitar.
E quanto à aposta na Educação, esta deverá contribuir para a revitalização social e económica, com a deslocação para a Escola de novos quadros e novas gentes, com o previsível impacto nas estruturas envolventes. Acredito, ainda, que será uma recuperação de um espaço, que poderá funcionar não só como catalisador para uma renovação do meio envolvente, bem como para uma modernização sustentada da Escola.
Para isso, as escolas devem fazer uso maciço de um esforço conjunto, assente na coerência e na transparência, pois só, assim, se conseguirá a modernização e a adequação às novas exigências de sustentabilidade e racionalidade.
Finalmente, dever-se-á ter sempre em conta a qualidade de serviço. É verdade que, infelizmente, muitas vezes, o usuário só consegue avaliá-la na sequência de um processo desenrolado pela regularização de um incidente, evento que exige uma grande interacção com a escola. Contudo, esta sabe que é precisamente a partir destas e doutras experiências que muitos dos seus usuários avaliam a possibilidade de renovar ou não a sua permanência.