Bem pode José Sócrates clamar, chegando, inclusive, à exaltação, que o governou decretou, proferir e até bater com o pé no chão, fazendo mesmo birra, que ele próprio pensa de determinada forma que, no fundo, no fundo, poucos são aqueles que acreditam nele e muito menos os que o seguem. Veja-se, por exemplo, que até alguns dos seus mais fiéis compagnons de route, como são Carlos César (presidente do Governo Regional dos Açores) e Zeinal Bava (presidente da PT), não lhe ligam nada.
Contudo, será que nos podemos admirar? Não foi sempre assim? Recorde-se que são raros os que escutam e obedecem a um moribundo - político, entenda-se.
Já agora e a talhe de foice, Carlos César salientou que, no caso da remuneração compensatória para os trabalhadores da administração pública regional que ganham entre 1500 e 2000 euros mensais, o que o executivo açoriano decidiu foi “cancelar uma obra num campo de futebol e apoiar um conjunto de trabalhadores e famílias”. Por mim, tudo bem. Apenas exijo que José Sócrates tome medida semelhante, isto é, cancele obras em campos de futebol, estradas, TGV, aeroportos, hospitais, rotundas, escolas, ou em quaisquer outras, de modo a que também usufrua de um estipêndio suplementar.
E, para que conste, Manuel Alegre concordou com a tomada de posição de Carlos César. Será que são necessários comentários?