Todos falamos dela. Todos a sentimos. Tanto a nível individual como colectivo não há quem não se queixe. As pessoas, na sua vida familiar, lamentam-se e as empresas/instituições não se ficam atrás. É a tão famigerada crise. Não há dinheiro para isto e para aquilo. O risco de recessão é enorme e todos tememos a vinda do FMI e do Fundo de Equilíbrio Financeiro da EU, apesar de haver muito boa gente a dizer que, mais cedo ou mais tarde, será inevitável.
Todavia, quando tudo isto se passa, quando todos temos que “apertar” o cinto e, desculpem-me o termo menos prosaico, “fazer das tripas coração”, órgãos de gestão (de escolas) existem que enviam aos seus docentes cartas de parabéns pelos respectivos aniversários.
Não está em causa o gesto, apesar de questionável através da leitura que isso pode acarretar numa eventual eleição, mas sim o gasto. É que tal iniciativa é impressa a cores, sobre papel couché, e enviado, via CTT, em envelope do mesmo género. Gostaria de saber quanto fica cada um dos expedientes. Barato não fica e multiplicado por todos os docentes dá, com toda a certeza, um total nada despiciendo.
O outro dia, ouvi docentes queixando-se de falta de material, afirmando que a resposta que mais ouvem é que não há dinheiro. Pergunto: mas existe dinheiro para aqueles “mimos” e não existe para aquisição de material indispensável para se trabalhar dignamente com os alunos?
Já agora, não bastava uma mensagem por correio electrónico?