É um dado adquirido e reafirmá-lo é repetir uma verdade lapalaciana: o dinheiro é importante mas, como se costuma dizer, não traz felicidade … No entanto, que ajuda e ajuda muito é algo indesmentível.
Contudo, felizmente, existe uma percentagem apreciável de pessoas dispostas a não pensar unicamente em dinheiro para a sua satisfação, quer seja no âmbito pessoal, quer seja - principalmente aqui – no campo profissional. As aspirações com a sua satisfação pessoal, bem como o usufruto do melhor bem-estar possível encontram-se na primeira linha das suas preocupações.
Bem sabemos que a conjuntura é adversa. Por isso, desafios e projectos aliciantes são objectivos que, tal como a boca necessita de pão, uma vida com qualidade almeja.
Porém, o que diariamente vemos? Para nosso desagrado, observamos, a cada momento, uma ausência de espaço para o essencial, roubando-nos a resiliência para podermos, com deleite, contribuir profissionalmente e familiarmente para a nossa felicidade. E não culpemos apenas os outros. Mais: não apontemos constantemente a responsabilidade às instâncias máximas, quer elas sejam nacionais e/ou regionais, pois muitos dos que nos estão próximos, numa óptica de mais papistas que o próprio Papa, denotam secretos prazeres em nos afogar administrativamente no preenchimento deste e daquele documento, em nos solicitar aquele requisito, em nos exigir a demonstração daqueloutra valência, entre tantas outras provas e testemunhos.
Como é evidente, todas elas ocupam-nos horas e horas, afastando-nos do que é mais importante: o trabalho directo com os alunos e a disponibilidade para nós e para as nossas famílias. E bem sabemos que se esta retaguarda falha, por mais profissionais que sejamos, aquele torna-se ineficaz.
Já não nos chegavam as reuniões intermináveis, onde, em muitas delas, a maior parte do tempo apenas se discute o sexo dos anjos, os mais diversos testes - com cotação (!!!) - que se têm de realizar, as actas de dez ou mais páginas, todas vistas à lupa por alguém que parece não ter mais nada que fazer, relatórios que praticamente ninguém lê e muito menos dá relevo, planificações que, mais tarde, os dias de “tolerância” obrigam a uma “ginástica” extraordinária para cumprir, critérios para isto e para aquilo, requisições, etc., etc., para agora também nos exigirem autoavaliações para tudo e para nada, incluindo as NAC.
Atente-se, por outro lado, que a maior parte desta burocracia não emana do estipulado em forma de lei, mas sim apenas da cabeça de meia dúzia de iluminados, sendo que a maior parte destes, por força dos cargos, estão dispensados de a executar.
O que nos resta, perguntarão os leitores. A resposta só pode ser uma: fazer somente o que a lei determina. Nada mais.