Nunca, como agora, se ouviu falar tanto de crise. É crise para aqui e para acolá. Existem e se não existem inventam-se. São necessárias crises para todos os gostos e feitios. Não acreditam? Então vejam as seguintes e digam se não se encaixam em, pelo menos, uma delas: crise financeira, civilizacional, educacional, etária, militar, formativa, informativa, etc., etc. Claro que são bem capazes de dizer que tudo se resume a uma crise de valores. Por mim concordo. Contudo, adianto que crises sempre existiram desde os primórdios. Em toda a história das civilizações sempre se produziu a subsistência e posteriormente um excedente, com a finalidade de trocar ou vender e depois disso nunca mais houve sossego. É verdade e vem nos livros e contra factos não há argumentos.
Como é do conhecimento geral, uns mais que outros, o certo é que grupos económicos houve, aos quais os políticos, por conveniência, fecharam os olhos, que acabaram por monopolizar todo o sistema mundial e agora somos obrigados a ouvir, pelo menos cem vezes ao dia, notícias destes ilustres aselhas e as burrices por eles cometidas.
E agora? Serve de algo - desculpem-me os termos menos prosaicos – chorar baba e ranho, escorregar pelas paredes, abraçar os joelhos, pender para um lado ou outro ou assumir a posição fetal?
Bem sei que existem pessoas que fazem isto. Nas suas casas, no emprego, na rua, em suma, onde quer que se encontrem. Talvez não com a totalidade daqueles movimentos físicos, mas com um carácter emocional ainda muito superior.
No fundo, trata-se de nos consciencializarmos de que se trata de uma crise moral, gerada por um individualismo atroz e por atitudes desumanas, sinónimo de uma evangelização proclamada por falsos profetas. E que, o combate a tal assenta, essencialmente, numa luta cuja magnitude de intervenção deve colocar um ponto final num jogo corrompido pela loucura e pela ganância.
Concluindo, pode-se afirmar que as crises são, fundamentalmente, tempos de alternância ou, dito por outras palavras, transcorrido um tempo, o seguinte diferencia-se do anterior. Por isso, estão enganados aqueles que pensam voltar ao patamar inicial após decorrida a presente crise.
O tempo é de mudança!