Escolheram-lhes o local, a forma e o modo, bem como foram pioneiros no lançamento da sua nova imagem. Aliás, não fosse um «pequeno» contratempo, seriam os primeiros a implantarem-lhe um «novo» conceito. Infelizmente, no fundo, desconheciam ou fizeram “ouvidos de mercador” ao facto de não haver nada de diferente, que já não se tivesse visto em anos anteriores. E, foi ali, naquele recanto da praça central, em reuniões sucessivas, em documentos desvirtuantes e manhosamente delineados, numa conjugação de (des)forças que tudo começou. Na sombra, sem darem a cara, foram eles os responsáveis pela imagem desta «nova» figuração.
E, como é óbvio, o remake é mau. Muito mau, mesmo. Os principais actores, já de si maus em representação, face à ausência de um realizador minimamente capaz, não conseguem conjugar as “deixas”; os olhares raramente condizem com as expressões descritas no guião, sabendo, nós, que este, ainda por cima, é pouco menos que ininteligível; a iluminação, vai do baço à quase escuridão, de tal ordem que, na maior parte das vezes, não se consegue distinguir o elenco – não que isso, verdadeiramente, faça grande diferença; o enquadramento das personagens é nulo ou inexistente, a sonoplastia, então, nem é bom falar, pois é uma desgraça, impedindo-nos de saber quem fala ou quem se mantém em silêncio - abre-se um parênteses para dizer que, por vezes, não se sabe o que é preferível: falarem ou estarem calados. O certo é que aquilo que vamos vendo nos pequenos e raros sketches apresentados é de uma miséria confrangedora.
O «novo» conceito destaca-se pela inclusão de velhas práticas, há muito em desuso e com provas, mais que dadas, de ineficácia. Para além da habitual bonomia, a «nova» concepção assenta em personalizações colocadas extra-muros, numa espécie de foris, autênticas transfigurações do poder. A despersonalização é tão inata que, como é lógico, não corresponde às necessidades dos utentes, pelo que, por mais que se tente usar uma linguagem pseudo-vanguardista, não dá, de modo algum, o direito à passadeira vermelha da fama. Muito longe disso.
A tentativa de mudar por reacção e não por acção é mau sinal. Tal significa cedência a pressões exteriores e jamais por normas interiores, mais ou menos subtis, que inspirassem o movimento. E isso é péssimo.