Nunca como hoje se falou tanto de economia. Como já tive oportunidade de referir, neste e noutros espaços, a palavra economia aparece, infelizmente, nas pesquisas dos motores de busca da Web, mais vezes que qualquer outra, incluindo “amor”. E digo infelizmente porque se esta fosse pronunciada em grande escala - de modo sentido, é claro - a economia não estava nas ruas da amargura como está.
Todavia, uma vez que a economia importa a todos, é altura de cada um de nós olhar para ela com outro interesse e, acima de tudo, de modo mais esclarecido e objectivo. E se, antes das múltiplas decisões que, diariamente, tomamos, nos interrogarmos de que forma é que tais irão moldar o nosso futuro, não resta a menor dúvida que outro rumo daremos àquela. Ao tentarmos dar resposta a questões simples, tais como: que consequências advirão? que regulação temos ao dispor? temos ou teremos meios financeiros suficientes? como enfrentar um caso trágico (leia-se desemprego, acidente, doença, etc.)? qual(ais) a(s) estratégia(s) a seguir?, entre muitas outras, estamos, para além de cumprir o nosso dever de cidadania, a dar um passo importantíssimo na contribuição para uma Economia sã, dentro de um país com futuro.
Bem sei que, para uma parte substancial das nossas gentes, a informação política, e principalmente a económica, pouco ou nada lhes diz. Estes assuntos, a maior parte das vezes, passam-lhes completamente à margem. Também não admira. O nível de literacia e o desencanto provocado pelos maus políticos e, sobretudo, pelos péssimos economistas, a isso levaram. Contudo, também não deixa de ser verdade que estes só o foram e continuam a ser porque o povo assim o quis e quer. Isto é, sem formação e, acima de tudo, sem informação o seu poder de discernimento eleitoral é escasso, permitindo, deste modo, a perpetuação daqueles.
É, por isso, altura de arregaçar as mangas e, de um modo resoluto, todos, sem excepção, iniciarmos uma aprendizagem do abc da economia, discutindo, sem demagogia, como é óbvio, todos os conteúdos inerentes a esta temática, sem receio de encontrar, aqui ou acolá, algo que, à primeira vista, nos possa parecer ininteligível. O problema não está em não saber, mas sim em não querer saber.