Reafirmo que as escolas, como espaços nunca acabados, se quiserem manter-se vivas, terão de ser a fábrica e o produto de fileira do futuro. Por isso, sublinho, uma vez mais, que o nosso desafio é o de construir, pela via da reconstrução, as nossas próprias escolas.
A reabilitação e regeneração do “viver” escolar, como tenho vindo a dizer, é uma das vias de saída para o sector da Educação, pela necessidade imperiosa de evitar que o ensino/aprendizagem se degrade a níveis irreversíveis, e, pela possibilidade que tal opção gera ao criar novas sinergias num contexto de elevado desânimo, principalmente entre pessoas que, em tempos mais ou menos recentes, deram tudo por tudo para que tivéssemos um futuro mais risonho.
Todavia, não basta, como, aliás, tenho vindo a referir, dizer que o futuro do sector educativo está na reabilitação e regeneração das opções/medidas educativas, e que, a (re)construção de nova escola, só se justifica plenamente num contexto realmente inovador, com claras preocupações ambientais e/ou em momentos privilegiados.
É preciso, principalmente em tempos de crise, em que o investimento está, de certo modo, congelado, encarar a reabilitação do desempenho docente, como uma emergência, com a adopção de incentivos, pela via da compensação horária ou de qualidade de serviço. Dito por outras palavras, há que introduzir valores que estimulem a recuperação e reponham, senão toda, pelo menos alguma, da justiça perdida num passado recente e até num presente pouco respeitador do esforço de muitos dos intervenientes.
O reconhecimento do valor do Docente – com letra maiúscula, apesar da enorme carga subjectiva que tal conceito acarreta - pode e deve, em Portugal, inverter a tendência para a degradação do sistema educativo, não apenas por questões educativas, tendo em vista a recuperação da própria Educação, mas também por questões éticas, relativamente às gerações vindouras.