O meu ponto de vista

Agosto 31 2010

Frios ou quentes, claros ou sombrios, futuristas ou clássicos, os sentimentos podem ser tudo isso, mas aplicados a uma pessoa são algo mais: reveladores do gosto e até das ideias de quem os coloca em acção. Hoje em dia parece que falar em paixão é conversa desbotada. Infinito é a palavra mais acertada para descrever a palete de sentimentos que leva com que um homem faça da vida um jogo de sedução, diversão, filosofia, …, em suma, de amor.

Mas o toque de modernidade pode ser muito mais suave e, talvez, menos atribulado. Felizmente, dirão os adeptos de filosofias zen ou de gostos mais sóbrios. De facto, também nas relações, o estilo minimalista tem partidários acérrimos. E conjugação afectiva apropriada. A receita, como não poderia deixar de ser neste caso, é assaz simples: junte numa relação sentimentos fortes e brilhantes que não contrastem entre si, adicione uma pitada q.b. de bom senso e solidariedade e c’est tout

Já para quem não seja admirador de contemplações minimalistas, a solução pode passar por algo radicalmente diferente, do género possessivo, exacerbado, recheado de jogos florais, de não comprometimento e, porque não, até algo subversivo. Desordem ou caos sentimental? Responda quem puder …

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:25

Agosto 30 2010

Já os romanos afirmavam que à mulher de César não bastava ser séria. Era necessário também parecê-lo. Lembrei-me deste aforismo a propósito da polémica desta silly season em torno de Duarte Lima.

É evidente que a herança de Tomé Feteira, face aos milhões em jogo, desperta paixões, ódios e, como por vezes acontece, diria quase inevitavelmente, também crime.

Já o disse e repito que não coloco as mãos no fogo por ninguém. E que existem muitos factos por explicar, cuja nebulosidade nos deixa um amargo na boca, é óbvio. Todavia, daí a extrair-se a ideia de que aquele ex-político tenha algo a ver com a morte da ex-secretária/ex-companheira daquele empresário vai uma enorme distância.

Temos observado uma constante especulação, um mexer e remexer diário no assunto, fundamentalmente promovido por pessoas que, acima de tudo, querem desviar o interesse dos portugueses dos assuntos que os devem preocupar e, deste modo, esconder a enorme inoperância governamental.

Apesar de se ter afastado, há vários anos, de qualquer actividade política, não nos podemos esquecer que Duarte Lima foi um proeminente político do PSD, tendo chegado a ser seu líder parlamentar. No fundo o que se quer é basicamente associar a ideia que o partido social-democrata é constituído por gente capaz de tudo.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:13

Agosto 26 2010

Estou absolutamente convicto de que não faltam, em Portugal, nem grandes ideias, maravilhosas até, nem ideias completamente absurdas. Como é óbvio acredito, igualmente, que exista uma grande dificuldade em encontrar as pessoas certas para liderar as aludidas grandes ideias, tal como não existe qualquer contratempo em recrutar pessoas para as segundas.

No sector da educação, infelizmente, não abundam as primeiras. Já no que concerne às segundas, estas pululam em tal número que a única dificuldade está na escolha. Dos últimos grandes erros aponto a constituição dos mega-agrupamentos, bem como o encerramento de setecentas escolas do primeiro ciclo.

Como é lógico, todos estes grandes “tropeções” têm consequências no dia-a-dia de muitos e muitos alunos, famílias, funcionários e docentes. Consequências que são extraordinariamente funestas e cuja amplitude só mais tarde conseguiremos - se é que alguma vez conseguiremos – visualizar e avaliar.

E para aqueles que, a partir de 1 de Setembro próximo, vão integrar os ditos mega-agrupamentos então as sequelas começaram há muito. Poucos ou nenhuns elementos são disponibilizados e, por exemplo, a menos de uma semana do início do novo ano lectivo os docentes não sabem onde se apresentar. Na sua antiga escola/agrupamento ou na sede do novo? E, já agora, para que servem as páginas electrónicas? Será difícil colocar lá uma simples informação a este respeito? Será pedir demais que se divulgue, desde já, a agenda das actividades a desenvolver nos primeiros dias de Setembro? Ou será que, nesta data, os respectivos responsáveis ainda nada saibam sobre estas questões?

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:38

Agosto 19 2010

Em função dos usos, a intervenção dos equipamentos sociais deve ter em consideração a respectiva orientação, de forma a conseguir tirar o máximo partido dos mesmos. Os espaços mais ou menos rurais e até, de certo modo, urbanos foram sendo construídos de modo a beneficiar dos aludidos equipamentos, configurando um desejo de autonomia. Este ensejo pretendia – de propósito falo no passado - ligar os espaços limítrofes de modo concêntrico, envolvendo-os.

Falo, é claro, principalmente das escolas das nossas aldeias e vilas espalhadas pelo Portugal profundo, mas também de outros equipamentos de saúde, desportivos e culturais.

Ora, se os principais membros se soltam do corpo principal, o que resta? Meros apêndices, facilitadores do surgimento de espaços vazios, intervalos de aridez e, fundamentalmente, da separação entre os demais.

Já agora, e a talhe de foice, pergunto como é possível encerrarem sete escolas do 1º Ciclo no concelho de Mealhada (Vimieira, Canedo, Carqueijo, Cavaleiros, Entroncamento, Mala, Travasso) e oito em Anadia (Cerca, Grada, Óis do Bairro, Álfeolas, Amoreira da Gândara, Famalicão, Monsarros, Póvoa do Pereiro)? E alguém me consegue explicar porque no concelho de Cantanhede não fecha nenhuma?

Será porque uns dizem ámen a tudo, enquanto outros sabem defender os interesses do seu concelho?

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:10

Agosto 17 2010

 Saudades de mim

Mar, serra e lar

Horizontes sem fim

Retornar e amar.

  

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:16
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Agosto 16 2010

Em tempos já longínquos o Norte era constituído por alguns casos de riqueza, de opulência até, de um património histórico e geográfico ímpar e, acima de tudo, caracterizado por encantos e recantos de admirável beleza. Em muitos dos seus lugares - em cada rua, esquina ou largo – respiravam-se valores nobres e erguiam-se majestosos edifícios.

Descontando a uberdade monetária, no concerne ao outrora edificado, o mesmo ainda se conserva em relativo bom estado, proporcionando-nos o prazer de uma visita demorada, personalizada e o mais luxuosa possível.

Todavia, das suas admiráveis paisagens, infelizmente, não podemos dizer o mesmo, pois pouco mais resta que vestígios, reduzidas que estão a meros quadros cinzentos. Os fogos têm-se encarregado de as destruir, mercê de mãos criminosas, dizem uns, de incúria dos proprietários, afirmam outros, ou de desleixo governamental, acusam os restantes.

Por isso, torna-se urgente a sua reabilitação.

Ora, para que tal se concretize é absolutamente necessário dinheiro. Mas como se poderá concretizar tal ditame se, ainda hoje, se soube que o Governo desviou para cima de 154 milhões de euros de fundos comunitários das regiões mais pobres para os aplicar em Lisboa?

Quando para além destas adversidades, acrescentarmos o encerramento de tantas e tantas unidades hospitalares e de ensino, muito superior a qualquer outra região do país, bem como as contrariedades inerente à interioridade, será que nos podemos admirar da consequente desertificação?

Nunca advoguei a regionalização. Contudo, este e outros casos semelhantes levam-me a considerar que talvez seja a altura de mudar de opinião.

publicado por Hernani de J. Pereira às 22:19
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Agosto 15 2010

Existem momentos na vida em que temos de nos rir mesmo que não contássemos com isso. Aquilo que somos dados a ver é de tal modo risível que não nos resta alternativa.
Por isso, hoje apetece-me brincar com os adágios. Assim, em vez de dizer “bem prega Frei Tomás …”, direi “bem escreve …”. E atrevo-me ainda a dizer que “fatuidade e água benta, cada um …” em vez de …
Já agora, não resisto a fazer minhas as palavras que Santo Agostinho, no Serm. 169, 18, escreveu: “que te desagrade sempre aquilo que és, se queres ganhar aquilo que não és.”

 

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:14
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Agosto 12 2010

Nas férias procuramos, fundamentalmente, aquilo que nos restantes dias do ano não conseguimos alcançar. E, o certo é que as casualidades não existem, pois nós é que ajudamos que aconteçam. E, se a coisa corre mal, deitamos-lhes a culpa em cima. Sempre.

E, por muito que, nestes dias, seja alguém que tente ser mediador na escuta, procure associações, suavize choques, recuse a réplica fútil, intercale observações oportunas ou mesmo faça perguntas mobilizadoras, a verdade é que estes dias passam pelas almas e estas permanecem, a maior parte das vezes, inalteráveis.

Obviamente, não admira que se procure a melhor forma de, inteligentemente, lidar com estes assuntos de modo a não incomodar ninguém. Por isso, acrescento que o melhor é amar ficando … já que a história pode, eventualmente, ser a mesma, mas contada com amor parece outra. Até nova, porventura.

O outro dia, em amena cavaqueira, comentava-se que todos, mais que uma vez, já fizemos trabalhos, tarefas imensamente tristes e desoladoras. Todavia, muito interessantes de contar. Por isso, devemos tirar proveito das palavras que proferimos.

Assim, será tempo para nos contentarmos com uma vida de total previsibilidade ou para nos resignarmos a um estilo inquisitório de uma vida cultural e ocupacional?

publicado por Hernani de J. Pereira às 23:05

Agosto 10 2010

Cada um de nós os vê com os mais diversos olhares, sejam eles internos ou externos e variando de graduação, consoante os casos. É verdade. Basta dizer que quer as suas formas quer as suas estruturas nasceram a partir da observação afectuosa e da adaptação sensorial, transformando-se em redutos maiores, e, desta forma, proporcionando autênticos oásis de tranquilidade que reconciliam a alma e aliviam o corpo. O bem-estar físico e emocional é, afinal, essencial.

A maior parte tornou-se um desafio na sua estrutura conceptual, obrigando a um minucioso trabalho que envolveu desde o estudo da localização, passando pela análise das acumuladas estruturas anelares ou não e às manchas de luz filtradas, chegando, inclusive, aos espaços feitos à medida da envolvente.

E, neste campo, quem não se lembra de ter sonhado? O que era melhor e mais adequado? Como criar uma estrutura estável, discreta e minimalista? De que forma se poderia aumentar a comunhão com natureza e com o verde das árvores? E com a linha de água?

Serão meros episódios de escrita? Ou serão saudades de casa?

publicado por Hernani de J. Pereira às 00:07
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Agosto 08 2010

 

 

Existem apenas três modos de aprender: ver, ouvir e, por último mas não menos importante, ler.

 

publicado por Hernani de J. Pereira às 00:17
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Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
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