O que dizer de trabalhar e/ou habitar num espaço inestético? Quem, nestas condições, não almeja actualizá-lo e transformá-lo num ambiente moderno e confortável? Por muito que o edifício seja mais ou menos antigo, fechado há muito ou pouco tempo, que o seu estado não seja só mau como, devido a múltiplos factores, se encontre cheio de bafio, de humidade e de maus odores, quem, de um modo geral, não pretende dar uma nova configuração e, sobretudo, uma nova luz?
Mas como dar outro conforto e funcionalidade?
A resposta assenta, antes de mais, no privilegiar da sobriedade, da sofisticação e de um novo modo de utilidade, com vista a simplificar a convivência familiar. Por outro lado, há que derrubar certas paredes e reforçar outras, encurtar determinados espaços e ampliar outros, bem como remover entraves e abranger novas áreas.
Todavia, não basta reinventar o óbvio. Há, também, que engendrar novas alternativas, quer sejam em antecâmaras ou não, mas sempre com um propósito simples: abrir clarabóias para o Alto, pois, sem margem para dúvidas, será daí que os focos de claridade (in)directa advirão.
Há, também, que ter em conta que, apesar, do muito cuidado que se possa colocar nas obras, estas acabarão, inevitavelmente, por não serem perfeitas. Mesmo que tais sejam feitas por encomenda e, por isso, à medida, nem sempre o resultado final corresponde ao pretendido. Sem falsas modéstias, são obras de mau barro e, ainda por cima, mal moldado. Sei que é um lugar comum, mas atrevo-me a dizer aquilo que todos sabem, isto é, perfeito só Jesus Cristo e mesmo assim não agradou a todos, acabando crucificado.
E, certo é que todos pretendemos possuir uma vida em tons os mais claros possíveis, género arco-íris, ou seja, algo com preponderância para o rosa e azul clarinho, de modo a que, ininterruptamente, possamos ter o que herdámos do útero materno. Ou, dito de outro modo, pretendemos indefinidamente a singeleza, o aconchego e a temperança.
Tal, todos bem sabemos, não é possível. Porém, não deixa de ser verdade. E mal de nós quando deixarmos de ambicionar isso mesmo!
Resumindo, a cada um de nós, começando por mim, cumpre tudo fazermos por desenhar estes objectivos e, acima de tudo, que os mesmos não sejam laváveis.