Esquecem-se que o poder é efémero. Os que ontem estavam no poder, poderão, eventualmente, estar hoje como subordinados. Contudo, amanhã estarão novamente na mó de cima. Sempre foi, é e será assim. E depois atrás de tempo, tempo virá!
Não há menor dúvida. Como afirma a maior parte dos comentadores e especialistas em educação, é, cada vez mais, necessário acabar com cargos para professores que se julgam ser detentores de um estatuto diferenciado, isto é, aqueles que se acham diferentes e com uma carreira distinta dos demais. Para além de poupança económica é um exercício absoluto e salutar de despoluição profissional.
Estes docentes, os quais apareceram nas escolas nos últimos anos, para mal dos nossos pecados, e, essencialmente, por mercê do avanço dos cientistas da educação e, por conseguinte, do eduquês, normalmente começam por trabalhar em qualquer lugar, tal como os restantes colegas. Todavia, o novo status rapidamente os anuvia e passam, de seguida, a exigir um gabinete devidamente equipado e pessoal docente e não docente - subordinado directamente ao seu querer. Posteriormente, a fim de enfatizar a importância que pretensiosamente acham que têm, afirmam que o múnus que exercem é, algo do género, uma escola dentro de outra escola. E dizem isto sem se rirem, o que acentua a gravidade do sintoma.
Hernâni de J. Pereira