Segundo um rito evocativo das grandes intervenções salvíficas de Deus, os Apóstolos celebravam a Ceia pascal sem pressentirem que a nova Páscoa havia chegado.
Essa Ceia, contudo, seria a última, pois Jesus Cristo, tomando aquela simbólica refeição ritual, dá-lhe um novo sentido com a instituição da Eucaristia.
Jesus entrou na sua noite de agonia. Oremos.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 18:54
É algo que se conta há muito nos anais da imprensa. Um dia, um jornalista foi enviado a um determinado local com vista a cobrir o descarrilamento de um comboio. Lá chegado deparou-se apenas com um pequeno acidente, do qual tinham resultado dois feridos e, ainda por cima, ligeiros. De imediato, telefonou ao chefe de redacção dando-lhe conta dos factos. Este, já contando com uma manchete a toda a largura da primeira página relatando dezenas de mortos e feridos, rematou: O quê? Não há sequer um morto? Não acredito! Tem de haver!
Esta estória veio-me à memória a propósito dos nossos sonhos. Ainda que mal relacionado, o que se passa com os sonhos acontece o mesmo com o mencionado comboio, o qual ao ter descarrilado teria obrigatoriamente de provocar mortos e feridos e, de preferência, em grande quantidade. Como tal não sucedeu, não passou de um comboio «traidor».
Também quando os nossos sonhos não se concretizam conforme os nossos desejos, aqui del-rei que não há direito, que a culpa é deste, daquele ou do outro, olvidando que a culpa está, na maior parte das vezes, em nós. Concretamente, continuamos a olhar muito mais para a árvore esquecendo-nos da floresta.
Insensíveis às necessidades dos outros, por somente querermos o bem para nós próprios as rosas também têm espinhos acabamos por verter lágrimas, qual peça de roupa acabada de lavar (sem centrifugação).
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 11:48