O ar soltava-se a plenos pulmões, acalmando a ânsia de oxigénio há muito carecido, a disponibilidade completava-se, as promessas eram consumadas, os desejos sublimados eram concretizados, os passeios eram infatigáveis, o desconhecido era protector, os obstáculos eram superados, o já visto e revisto, por vezes sem interesse, adquiria novas roupagens e tornava-se belo, a descoberta era contínua, a exultação contagiava, o voo das aves adquiria renovados contornos, desenhados num céu azul, aqui e além, salpicado por farrapos de nuvens altas, e o sol resplandecia com outra intensidade e tonalidade.
Será que se pode ler o futuro no passado?
Hernâni de J. Pereira