publicado por Hernani de J. Pereira às 20:56
O nervosismo que ontem vários membros do governo demonstraram a propósito da providência cautelar interposta pelo administrador da PT e militante socialista, Rui Pedro Soares, com vista a impedir a saída do semanário Sol, foi sintoma do fim do ciclo Sócrates. Verificou-se que poucas ou nenhumas hipóteses tem de continuar como primeiro-ministro, pois os casos que incessantemente surgem levam ao cerceamento de toda e qualquer vontade de governar. Aliás, não é por acaso que alguns jornais de hoje começam já aventar a era pós-Sócrates e quem lhe sucederá.
Por outro lado, é por demais evidente que José Sócrates não sabe escolher os amigos. É um dado adquirido que estes só o sabem tramar. Não é que não mereça ou não se ponha a jeito, mas com amigos destes quem necessita de inimigos.
Hoje, como é do conhecimento geral, o Sol esgotou na maior parte do país, obrigando a uma edição extra. Não há meio de comunicação social, por mais ínfimo que seja, que não relate, até à exaustão, o caso das escutas do processo Face Oculta. Tudo porque aquele amigo de Sócrates teve a peregrina ideia de interpor uma providência cautelar, originando um catapultar de emoções do género alto lá que querem acabar com a liberdade de imprensa.
É claro que com a ausência daquela iniciativa judicial, o caso passaria mais ou menos despercebido, como aliás aconteceu na semana passada.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 18:12