
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:14
Possuir vaidade, desde que seja q.b., é bom. Ter orgulho no que se faz ou no cargo que se exerce é salutar. Outra coisa, totalmente diferente, é o excesso de vaidade, a escassez, para não dizer ausência, de humildade, a soberba, a altivez e o olhar apenas para o umbigo por se ter um ego do tamanho do mundo.
Qualquer um pode escrever o que muito bem entende, isto é, colocar no papel ou em suporte informático, um milhão de vezes ou mais, que é o melhor, que sabe tudo e, para além disso, afirmar, até à saciedade, que todos os seus «compagnons de route» são pessoas, sem excepção, admiráveis e sem mácula, bem como outras barbaridades. Está no seu pleno direito. Pode, ainda, simultaneamente ou não, agradecer-lhes por todas e quaisquer dádivas celestes. É, mais uma vez, reafirmo, um direito inalienável e inquestionável.
Todavia, quando essa (pseudo)escrita é enviada, independentemente do meio usado, chegando a dezenas e dezenas de pessoas, o caso muda de figura. Aí o elogio barato e bacoco transforma-se na mais mundana das pirosices, exponenciando ao máximo o ridículo. Ai se este matasse!!!
E quando se acrescentam algumas meias-verdades, disfarçadas de (des)enganos, então, nem é bom falar.
É um dado adquirido que os assuntos que têm entre mãos, os cargos para que foram eleitos obrigam, antes de mais, a uma contenção nas palavras e nos actos, uma vez que a experiência anterior é nula. Colocar-se em bicos de pés, antes mesmo de provar seja o que for, só dará, não tenho a menor dúvida, azo à desacreditação dos respectivos órgãos, assim como temor pelo futuro.
Por último, como é do conhecimento geral, existem determinados funções que, pela sua natureza, exigem, para além de outras, duas características fundamentais: independência e bom senso. Contudo, se, perante os antecedentes, a primeira já oferecia dúvidas, agora, infelizmente, com a aludida missiva, também a segunda se perdeu.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 19:28