Novembro 09 2009
Faz hoje 20 anos que foi derrubado o Muro de Berlim. Muro que permitia a divisão artificial de um país, bem como manter a fachada de um regime comunista, dito socialista.
Tal acontecimento, com a importância primordial que teve para a Europa e principalmente para o estabelecimento da democracia nos países de leste, dificilmente poderá ser abordado por um pensamento associado ao modo de vida contemporâneo.
Para que tal fosse possível era necessário possuir as raízes e, essencialmente, os materiais que proporcionaram o horror da divisão da Europa, logo após a II Guerra Mundial. Hoje, quanto muito, podemos reinterpretar os aludidos acontecimentos à luz de conceitos minimalistas, muito diferentes dos de então.
Importa, contudo, ter presente que a imposição de um regime totalitário, seja ele de que índole for, ocupará sempre um espaço desadequado, algo contranatura, em que a desintegração do homem é constante, onde os valores da liberdade são insustentáveis, refúgio dos incompetentes, aonde somente alguns têm permissão para sair da concha ideológica que isola e cerce.
Por isso, neste momento, convém igualmente tudo fazer para derrubar muitos outros muros que ainda persistem, seja em Cuba, Coreia do Norte, China ou a pobreza em África.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:47
Novembro 06 2009
Pessoa amiga, a propósito do último artigo, numa amena cavaqueira, à mesa do café, emitiu a sua opinião, a qual, em resumo, se pode descrever do seguinte modo: Quem fixa o valor das escolas é o «mercado». Não quem as quer "comprar" barato, nem quem as quer "vender" caro. Que importa pedir mundos e fundos por esta escola se, ao lado, existir uma outra, de idêntica tipologia, mas com «materiais e acabamentos melhores» e que se oferece a um «preço» mais convidativo? As escolas, como qualquer outro produto, valem o que pensamos que valem se houver alguém que esteja disponível para dar esse mesmo valor.
Ora, tal pensar leva-nos a outro paradigma. Apesar de ser nossa, e de nos servir de local de estudo ou trabalho durante mais ou menos tempo, a nossa escola, por melhores recordações que dela guardamos, vale o que vale, em função do estado de conservação, da segurança, da inovação e, acima de tudo, da qualidade.
Por isso, a escola, pessoalmente, pode valer mais do que inicialmente sonhávamos e bem mais do que os seus novos pretendentes querem fazer crer.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 23:22
Novembro 04 2009
É verdade. Nunca se falou tanto de educação como agora. É certo que nem sempre pelos melhores motivos, mas já lá se diz, o importante é que falem. E, claro, falar de educação é pensar em Escola.
Escola, projecto com memória descritiva, onde se evoca simbolicamente uma maior proximidade à lógica tradicional de um equipamento público, através de um conjunto em escala humanizada, rigoroso mas não austero, dominante mas não dominador e que assuma a sua condição de instituição sem no entanto ostentar uma escala opressiva.
Escola, local onde se pretende criar uma imagem de conjunto, onde o edificado diariamente introduza conceitos de qualidade que possam interagir com os bons exemplos do quadro sócio-económico em que se insere. Aliás, não é por acaso, que a sua imagem exterior deve cumprir a ideia de um conjunto, o mais homogéneo possível, que reflicta estilos modernos aliados às linhas sóbrias resultantes das soluções encontradas ao longo dos tempos imorredouros.
Escola, projecto da natureza e para a natureza, logicamente deve potenciar os princípios da eco-sustentabilidade, fomentados pela escolha dos hábitos de utilização diária, consubstanciados, entre outros, na preservação das espécies vegetais e animais, na poupança dos recursos hídricos e energéticos, isto sem interferir com os aspectos de segurança.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:29
Novembro 02 2009
Deu entrada, ao final da tarde de hoje, no Parlamento, o programa do XVIII Governo Constitucional. Até aqui nada de novo, pois trata-se de uma obrigação legal.
Todavia, o caso muda de figura quando se sabe que este programa é igual àquele que o PS submeteu à superior decisão dos portugueses aquando das legislativas de 27 de Setembro último, documento que, como todos sabemos, não mereceu a concordância da maioria dos eleitores.
Ora, tal prova à saciedade que o PS ainda não interiorizou o que os portugueses claramente lhe quiseram dar a entender, ou seja, que não pode governar conforme muito bem entende. Aliás, com toda a certeza, não foi por acaso que lhe retirou a maioria.
É muito feio tentar impor na secretaria o que nas urnas não se conseguiu obter.
O sentido de responsabilidade é só para a oposição?
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 19:26
Novembro 02 2009
Soube-se hoje que as autoridades de saúde decidiram declarar como prioritários, para efeitos de vacinação contra a gripe A, os funcionários dos partidos, tendo sido pedido a estes que indiquem o nome daqueles.
Lemos, ouvimos e
ficamos estupefactos. Por que carga de água é que estas pessoas são mais fundamentais ao país do que os profissionais da educação, justiça, ou mesmo das empresas privadas?
Que somos um país partidocrático já todos sabemos, mas, caramba, até isso tem limites.
Honra seja feita ao PCP e ao BE que, de imediato, recusaram tal. O CDS e o PSD ainda não se pronunciaram. Lamentamos.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 18:49
Novembro 02 2009
A operação Face Oculta não é mais que o vislumbre de um dos tentáculos do enorme polvo que são os interesses instalados do aparelho do PS no Estado e, essencialmente, nas empresas tuteladas por este.
Desde sempre o PS entendeu o Estado e as empresas públicas como coutada sua. Apesar de todos terem direito à presunção de inocência até que as entidades competentes leia-se tribunais digam o contrário, o certo é que, aos olhos do povo humilde e trabalhador, conforme estes afirmam, é um fartote de vilanagem.
Contudo, não é a corrupção que mais nos incomoda, uma vez que esta, em maior ou menor grau, sempre houve e haverá. O barro de que somos feitos, infelizmente, a isso nos impele. O que nos apoquenta realmente é a sensação de que, mais uma vez, estes eventuais crimes não passarão de fogos-fátuos, pois a justiça em Portugal é o que todos sabemos, isto é, exigente para uns e demorada ou inexistente para outros.
Cá estamos para ver o resto dos episódios.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 18:18