Novembro 18 2009
Pensar unicamente em mim?
Sim! Porque não?
Os outros?
Tê-los em consideração?
Mil vezes não!
Criticar tudo e todos
Implicar por tudo e por nada
Qual a dúvida?
Com a minha certeza qualificada
Face à minha superior gnose
Como ousam não me apreciar?
Ah, espíritos mesquinhos
Oh, quanta incompreensão.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 17:52
Novembro 16 2009
É um facto indesmentível que a actual crise, a qual, diga-se em abono da verdade, não é igual para todos, veio acentuar de forma exponencial o individualismo, agudizando os sintomas provocados pelo nosso egoísmo.
A doação e o pensar no outro parecem, hoje-em-dia, coisas do passado. O considerar que a casa do vizinho necessita mais que a nossa é, salvo raras e honrosas excepções, algo inusitado.
E estamos a falar de algo que nos rodeia, que vemos, sentimos e muitas vezes odorizamos diariamente, apesar de olharmos para o lado e encolhermos os ombros, numa atitude do género «não é nada connosco». Por que se começarmos a meditar em locais mais distantes, tais como África, Ásia ou mesmo em países subdesenvolvidos da América Latina, então nem equacionamos sequer.
Todavia, situações existem que, por vezes, nos atingem pena que sejam raras com tal violência que mais parecem murros no estômago.
E é contra esta letargia que o Papa, Bento XVI, reafirmou perante a Conferência Anual da FAO Organização das Nações Unidas para a Fome e Alimentação a necessidade absoluta de lutar contra a indiferença em que se está a transformar a fome no Mundo.
Preocupamo-nos, e bem, com as questões da ecologia, da liberdade de expressão, do armamento e da corrupção, esquecendo que tais atributos estão indissoluvelmente associados à falta de alimentos para milhões e milhões de nossos semelhantes.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 19:10
Novembro 16 2009
O outro dia soube-se que nas escolas da província espanhola da Estremadura foi introduzido um curso sobre masturbação intitulado o prazer está nas tuas mãos, em cujas aulas facultativas irão ser abordados temas como anatomia e fisiologia sexual, técnicas de masturbação e uso de objectos eróticos.
Por cá, hoje, o «Público» deu a conhecer que os presidentes da Refer, da CP e de pelo menos mais uma sociedade pública de transportes terão pago com o cartão de crédito da empresa os almoços de 50 gestores públicos daquele ramo, a 23 de Outubro, durante uma homenagem à então secretária de Estado dos Transportes, a socialista Ana Paula Vitorino.
Esclarece-se, entretanto, que a CP e a Refer, em 2008, tiveram prejuízos, respectivamente, de 190 milhões e 181 milhões de euros. Claro que pagos por todos nós.
Perguntamos: é um completo onanismo ibérico ou é um fartar de vilanagem?
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 17:53
Novembro 15 2009
Já aqui o escrevemos e repetimos. Nunca como agora se ouviu as pessoas exclamarem que nunca trabalharam tanto. Acrescentam, de um modo constante, que andam de rastos e permanentemente cansadas.
Reconhecendo que a maior parte das pessoas que conhecemos trabalham hoje mais que há dois ou três anos atrás, a verdade é que também estranhamos o facto de que, com tanto esforço e dedicação, como é possível o país continuar na cauda da Europa e demorar tanto a sair da crise.
Até apetece dizer como os espanhóis los trabajos vienen al trote y se van al paso.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 19:03
Novembro 13 2009
A entrevista que ontem a nova ministra da educação, Isabel Alçada, deu à RTP1 não passou de mais uma operação de charme. Sorrisos e mais sorrisos, boas intenções e uma mão cheia de nada.
Factos concretos, dados verosímeis e algo que já não soubéssemos: zero. Fez-nos recordar a resposta que antigamente se dava nos inquéritos judiciais e a outros aos costumes disse nada.
Notou-se uma escolha cuidadosa das palavras, de modo a não se comprometer com nada, tentando agradar a gregos e a troianos. Todavia, o valor daquelas para acolher as angústias dos docentes, não permite, pelo menos por agora, criar uma dinâmica social e utilidade cultural que adicione prestígio às escolas.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 20:54
Novembro 13 2009
Depois de termos entrado paulatinamente no esforço comum para um melhor país, de termos implementado, de uma forma apoiada, o rigor e a responsabilidade, é chegada a hora de também outras forças vivas se aplicarem a fundo em continuar a obter o reconhecimento do grande público.
Necessitamos de organizações sustentáveis e sustentadas, com portefólios de ofertas equilibrado, alicerçadas em equipas coerentes, motivadas e conscientes das nossas carências e dos nossos usuários, para que se consiga cumprir os objectivos a que estamos, eticamente e legalmente, obrigados, cientes das particularidades do local onde cada um está inserido.
Há que continuar de forma determinada e com ambição renovada. É imprescindível sentir que chegou o momento de recomeçar a elevar o nome das instituições que servimos, após, como é lógico, as mais diversas fases de implementação. É que, face ao contexto sócio-económico actual, a necessidade de apostar fortemente na reorganização e adaptação daquelas é uma realidade insofismável.
Todavia, a reforma, mesmo sendo apontada por muitos como a solução, não é a panaceia para tudo. E, com grande lamento da nossa parte, o que vemos em cima da mesa não nos levam a tecer grandes augúrios.
Por isso, não resistimos a citar B. Brecht
"Há homens que lutam um dia, e são bons
Há outros que lutam um ano, e são melhores
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons
Porém, há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis."
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 18:17
Novembro 12 2009
A estória que a seguir se conta acontece numa escola de um país distante, pertencente a uma galáxia situada nos confins do universo. Qualquer semelhança com alguma realidade conhecida será mera coincidência.
Antes era-se controlador. Que não havia direito de pedir papel, o qual, aliás, nunca foi negado, para que os professores pudessem imprimir o que achassem por bem às vezes, diga-se de passagem, era muito mal na sala de professores.
E, verdadeiramente, imprimiam o que muito bem entendiam, a que horas quisessem, sem que houvesse qualquer verificação prévia ou à posteriori.
Hoje, porém, os tempos mudaram. A impressora saiu da sala de professores e a impressão passou a ser directamente canalizada para a reprografia, local onde, antes de se levantar o(s) documento(s), se tem de efectuar o respectivo registo. Para controlo imediato ou futuro, leia-se.
Ora, para além da fiscalização total, há ainda a registar o facto dos docentes apenas terem acesso aos documentos necessários ao seu dia-a-dia no horário da reprografia. Elucidando. Se um professor tiver um espaço de tempo sem actividade lectiva, por exemplo às 12H00, quanto muito poderá mandar imprimir, porque ver o resultado do seu trabalho somente após a reabertura daquele local, ou seja às 13H30. Claro que este exemplo se pode repetir por muitas outras horas.
E, assim, vamos nós. Contentes vamos, rindo e cantando. E assobiando para o lado, fingindo que não é nada connosco. E a falácia de estar sempre, sempre ao lado dos professores persiste.
E, já agora, onde está a indignação?
Um lamento final. Que pena não se ter, em tempos, implementado tal medida, pois assim certos docentes não teriam possibilidade de directamente imprimir testes para os alunos, ainda por cima, quando estavam em plena aula. Contudo, também se sabe que se tal tivesse acontecido teria caído o Carmo e a Trindade.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 19:42
Novembro 12 2009
Casamento entre duas pessoas do mesmo sexo? Sim, com toda a certeza! E já agora por que não entre um homem e duas mulheres? E entre uma mulher e três homens? Por que raio é que a poligamia há-de ser descriminada? E entre dois irmãos? Se estiveram de acordo, isto é, for de livre vontade, por que não autorizar?
É que se é para seguir as "regras" da contranatura, então que seja por completo?
Já lá diziam os antigos: fica-te mundo cada vez pior.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 12:39
Novembro 11 2009
Mais uma vez as suspeitas contra José Sócrates ficarão por desfazer. O cerceamento da justiça, principalmente no que concerne aos poderosos, se não é total é quase.
Segundo o que a imprensa relata, o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, entidade com poderes para aprovar escutas ao Presidente da República, Presidente da Assembleia da República e Primeiro-Ministro, decidiu mandar arquivar as conversas travadas entre Armando Vara e este último, no âmbito da operação Face Oculta, com o argumento de que não foi respeitado aquele princípio legal, isto é, não tinha autorizado previamente tais audições.
Ora, tal fundamento, usando o mínimo de bom senso, cai pela base, uma vez que quem estava a ser escutado, e com a devida autorização de um magistrado, era Armando Vara e não José Sócrates. Como é lógico, quando alguém é escutado todas as suas conversas são gravadas, pois não se sabe, de antemão, a quem vai telefonar. Posteriormente, quem de direito, validará ou não as mesmas, em função do seu estrito conteúdo, e não da existência de autorização prévia. Somente um mentecapto poderá pensar que os investigadores deveriam antecipadamente obter permissão para gravar as conversas do Primeiro-Ministro, já que isso pressupunha que soubessem para quem Armando Vara iria telefonar, o que, diga-se de passagem, é de todo descabido.
A rede tentacular do PS espalha-se por tudo o quanto é sítio. E, sinceramente, já estamos cansados dos argumentos da defesa do bom-nome, do segredo de justiça, da separação de poderes, da presunção da inocência e da inexistência de provas, pois, quanto a estas, a continuar assim, nunca as haverá.
Hernâni de J. Pereira
ADENDA: O artigo ontem aqui colocado levantou alguma polémica, isto de acordo com os comentários que nos chegaram à caixa de correio. Ora, tal é um completo exercício de sarcasmo. Pelo menos é que estava na nossa mente quando o redigimos. Aliás, quem nos conhece não poderá pensar outra coisa. Contudo, somos levados a entender que não fomos totalmente compreendidos e, por isso, aqui fica o cabal esclarecimento.
publicado por Hernani de J. Pereira às 08:38
Novembro 10 2009
Pois é! Perdoem-me, mas existem momentos em que temos, obrigatoriamente, de prestar a nossa solidariedade. Em que não nos podemos calar. É o caso do primeiro-ministro, engenheiro José Sócrates. Reparem que, de propósito, lhe dei o título, o qual, afinal, tanto merece.
Já basta. É que tudo lhe acontece. Que me desculpem os cristãos mais fidelizados mas até os mártires padeceram menos. A comunicação social, essa cáfila de trituradores de homens de boa-vontade, não desgruda. Depois queixam-se do homem não governar. Como pode governar com todos a tentarem-lhe imputar casos e mais casos, os quais, como todo cidadão bem formado sabe, são completamente inverosímeis?
Não acreditam? Então, reparem. É o Freeport, são os projectos de engenharia da Guarda, é o processo do aterro da Beira Interior, é a licenciatura pela Independente, e agora, para cúmulo dos cúmulos, o caso Face Oculta, ainda por cima, dando-lhe o nome ignominioso de uma casa de alterne de Aveiro. Não há pachorra que aguente!
Sucedem-se as legislaturas e os anos passam. Contudo, as cabalas e as urdiduras continuam. Será que um homem já não pode ter amigos?
Caramba, chega. Deixem o santo do homem em paz!
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 09:05