Antes era-se controlador. Que não havia direito de pedir papel, o qual, aliás, nunca foi negado, para que os professores pudessem imprimir o que achassem por bem às vezes, diga-se de passagem, era muito mal na sala de professores.
E, verdadeiramente, imprimiam o que muito bem entendiam, a que horas quisessem, sem que houvesse qualquer verificação prévia ou à posteriori.
Hoje, porém, os tempos mudaram. A impressora saiu da sala de professores e a impressão passou a ser directamente canalizada para a reprografia, local onde, antes de se levantar o(s) documento(s), se tem de efectuar o respectivo registo. Para controlo imediato ou futuro, leia-se.
Ora, para além da fiscalização total, há ainda a registar o facto dos docentes apenas terem acesso aos documentos necessários ao seu dia-a-dia no horário da reprografia. Elucidando. Se um professor tiver um espaço de tempo sem actividade lectiva, por exemplo às 12H00, quanto muito poderá mandar imprimir, porque ver o resultado do seu trabalho somente após a reabertura daquele local, ou seja às 13H30. Claro que este exemplo se pode repetir por muitas outras horas.
E, assim, vamos nós. Contentes vamos, rindo e cantando. E assobiando para o lado, fingindo que não é nada connosco. E a falácia de estar sempre, sempre ao lado dos professores persiste.
E, já agora, onde está a indignação?
Um lamento final. Que pena não se ter, em tempos, implementado tal medida, pois assim certos docentes não teriam possibilidade de directamente imprimir testes para os alunos, ainda por cima, quando estavam em plena aula. Contudo, também se sabe que se tal tivesse acontecido teria caído o Carmo e a Trindade.
Hernâni de J. Pereira