Um estudo da Eurofound, Fundação para as Condições de Vida e do Trabalho, divulgado há dias, mostra que os funcionários públicos portugueses, com uma semana de trabalho de 35 horas, são os que menos trabalham na União Europeia. Por outro lado, uma outra investigação, liderada pelo Diário de Notícias, revela que os mesmos funcionários do Estado podem ter, no fim das suas carreiras, mais sete dias de férias que os trabalhadores dos privados, num total de 32 dias. Isto é, muito acima também dos parâmetros europeus e mesmo mundiais.
Ora, numa altura em que se sabe que a produtividade dos portugueses, em comparação com os seus congéneres europeus ou americanos, se situa, infelizmente, em patamares muito abaixo do que seria desejável, esta notícia só vem confirmar o que sempre aqui se disse: somos uns grandes mentirosos quando, insistentemente, afirmamos, à boca cheia, que andamos cansados de tanto trabalhar.
Como em tudo na vida, existem excepções. Honra seja feita às verdadeiras. Já agora, quem não se acha excepção?
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 20:42