- O passado pode-se olvidar, catalogar, mas não jogar fora. Este passado que me moldou e, por isso, não sei se adoptei esta vida ou se foi ela que me adoptou.
- Quero forçar a ruptura que sempre temi, quebrando a segurança morna em que me habituei e abrindo as portas ao desconhecido de que fugia.
- Eu não abandono. Quanto muito os outros podem-se recusar a acompanhar-me. Contudo, tenho receio que os meus sonhos e ambições não poisem na árvore que me dá sombra.
- Quem nunca sofreu por amor nunca saberá amar. Amar é o medo de perder o outro, é o pavor do silêncio e do quarto vazio.
- Refazer a vida? Os últimos acontecimentos não foram apenas um pretexto. Não foram puros devaneios.
- Fome de amor? Tive-a como amante durante anos. Presentemente é visita constante, exigindo a minha maior riqueza, a força do meu coração.

Hernâni de J. Pereira