Os filhos não são forçados a amar os pais. É desejável e conveniente que isso aconteça. Mas, de modo algum é obrigatório.
Nós, pais, sim. Temos o dever incondicional de amar os filhos. E, amar é, antes de mais, educar.
Contudo, amá-los não significa fazer-lhes indubitavelmente a vontade, qual escravidão dos tempos modernos. Bem pelo contrário. A maior parte das vezes, o não é mais educativo que o sim.
Já aqui escrevi e torno a repetir: existe, hoje-em-dia, uma geração que foi a última a obedecer a seus pais e é a primeira a obedecer a seus filhos. Arriscamo-nos a criar filhos, cada vez mais, hedonistas.
O importante é a transmissão do sentido do dever e da responsabilidade. O resto, como se costuma ouvir, vem por acrescento.

Hernâni de J. Pereira

Cristo Ressuscitou. Aleluia, Aleluia, Aleluia!

A Páscoa não nos introduz numa fase estática de repouso, mas sim de dinamismo, o qual brota da vida do Ressuscitado. “Por maiores que sejam as dificuldades da sua «Páscoa», o cristão nunca desanima. A meta está sempre à sua frente, iluminada pelo esplendor da verdadeira Páscoa”.

Glória e louvor a Cristo para sempre. Ámen.

Votos de uma Santa Páscoa para todos.

 

Hernâni de J. Pereira

Com a igreja às escuras acende-se o lume santo, “símbolo da vida que desponta, se expande e tudo transfigura”.
Neste fogo acende-se o Círio Pascal, sinal de Cristo crucificado e ressuscitado, princípio e fim de todas as coisas, o alfa e o ómega.
E, assim, se expressa a passagem da escuridão para a Luz, das trevas para a Redenção.
A renovação começa aqui …

Hernâni de J. Pereira

Nestes dias em que celebramos o doloroso e, simultaneamente, glorioso Tríodo Pascal, seria bom que reflectíssemos nas chagas que ainda assolam este mundo dito moderno.
Uganda, país africano, cujos escassos recursos vão em primeiro lugar para as todas-poderosas forças armadas, sustentáculo dos oligarcas locais, regista uma esperança de vida de 39 anos, repito, 39 anos de vida.
Um país em que sete em cada dez crianças morrem à nascença ou não chegam ao primeiro ano de vida.
Um país sem água e muito menos saneamento, em que uma latrina serve, em média, 3000 pessoas.
É aí que continua a Paixão de Cristo.
Para este e outros Ugandas, alguns bem perto de nós, vai o meu pensamento no Senhor Redentor, nesta tarde em que se celebra a Sua morte

Hernâni de J. Pereira

Encontro
Olhares que se cruzam
Perdemo-nos? … Ainda bem!
Viagem (in)glória?
Palavras? Há mais palavras?
Rosto que se retém
Gostos que se desvanecem
Passeio à beira rio
Saudade que se instala
Aprazível espera
Quando voltamos?

Hernâni de J. Pereira

Infelizmente, cada vez mais, a política é vista não como plataforma integradora da capacidade de descrever a realidade, partilhar, analisar e permitir a decisão, mas sim como a irracionalidade do individualismo, do esquecimento do todo para alcançar apenas as partes.
A política da gestão dos processos ambientais, sócio-económicos e espaciais, de forma global, que devia fazer parte, por exemplo, dos objectivos do planeamento estratégico, seja ele local, regional ou nacional, acaba, na maior parte das vezes, por ter um desfecho abrupto, desfavorecendo o bem público em prol dos interesses privados.
E a nossa justiça que é tão lenta.

Hernâni de J. Pereira

Os senhores deputados podem faltar até ao limite de cinco dias, bastando para isso argumentarem que estiveram doentes, não carecendo tal de qualquer comprovação. Basta a palavra do deputado.
Pergunta-se: a palavra dos deputados é mais verídica que a do comum dos cidadãos? Se não é, como todos sabemos, então porque não estender tal regalia à restante população?
E depois os políticos queixam-se que a sua imagem é degradada por uma comunicação social insensível ao seu insigne trabalho.
Desaforos.

Hernâni de J. Pereira

Depois de termos contribuído, de uma forma exponencial, no esforço comum para uma melhor educação, de termos implementado, de um modo escorado, o rigor e a responsabilidade, é chegada a hora do descanso do “guerreiro”?
Não. De modo algum. As forças vivas continuam a acreditar e a exigir o prosseguimento da luta contra a desordem, o despesismo, o descrédito e a incúria. O reconhecimento do grande público é um dado adquirido.
Para criar uma organização sustentável e sustentada, com um portefólio de ofertas equilibrado, alicerçada numa equipa coerente, motivada e consciente das verdadeiras necessidades, principalmente a dos usuários, é preciso cumprir os objectivos propostos, apesar de cientes das particularidades do local onde estamos inseridos.
Somos determinados e com uma ambição renovada. Sentimos que, após uma fase de implementação, é a altura de elevar ainda mais o nome da instituição que servimos. Para isso, apostamos fortemente nos tempos que aí virão, com “fair-play”, é certo, mas também de forma apaixonada. Sempre estivemos e estaremos assim na vida. Não sabemos ser de outro modo.

Hernâni de J. Pereira

Cansados do frio e dos dias cinzentos de Inverno, que coagem a ficar em casa, é altura de fazer jus a estes belos dias de sol que a Primavera trouxe consigo. Escolham um espaço verde suficientemente arborizado, como garantia da obtenção de sombra necessária contra a excessiva exposição directa ao sol, e deixem-se seduzir pela Natureza. Absorvam os sons e os movimentos em vosso redor de forma a estimularem os sentidos.

Depois aproveitem também para ler, de preferência bons livros. Recordem-se que a leitura nunca é em demasia. Ouçam música, principalmente aquela que gostam e que, no frenesim do dia-a-dia, não têm tempo para ouvir.

Se tiverem filhos pequenos, então não hesitem. Arrastem-os ou deixem-se arrastar por eles e corram, brinquem e respirem o ar puro, até não poderem mais. Vão ver que, à noite, adormecerão muito melhor.

 

Hernâni de J. Pereira

 

Adenda:

Este texto é descoincidente dos aqui habitualmente colocados. Mais: os meus leitores serão capazes de o achar inusitado. Responderei que, sem esse desígnio, por vezes, a poesia se solta em forma de prosa. Existem dias assim.