Materializo-me no betão colorido que vai buscar um pouco do seu tom à escarpa dos meus verdes anos.
Retrato-me nos espaços ajardinados que procuram o verde dos campos que calcorreei em menino.
Permito que me visualizem de todos os ângulos, funcionando como uma casa aberta.
Aliás, a própria morfologia do edifício, constituinte da minha identidade, pressupõe lajes sobrepostas por linhas horizontais (sempre!). Isto sugere perdoem-me a imodéstia - planos superiores que, depois, são preenchidos, a maior parte das vezes, por doação aos outros. Por outro lado, todo o edifício faz parte da paisagem, como se fosse algo esculpido pelas forças da natureza.
Hernâni de J. Pereira