O meu ponto de vista

Outubro 31 2008
A poucos dias das eleições presidenciais, com os estrangeiros a “eleger” Obama e a “pagar” para ver se os americanos conseguem ultrapassar velhos fantasmas e escolher, pela primeira vez, um negro para a Casa Branca, a crise financeira parece exigir que o próximo presidente dos EUA seja um novo Franklin Roosevelt, o homem que recuperou a América da crise de 1929.
Por outro lado, nos últimos anos, a Europa ganhou uma nova e completa dimensão e a Rússia já não é o que era e, como anteriormente se dá a entender, a própria América procura novos caminhos.
Podemos, assim dizer, sem receios de desmentidos, que tudo mudou, corroborando o que dizia o poeta “todo o tempo é feito de mudança”.
Como é evidente, porque fortemente inserida na sociedade - e ainda bem que assim é - a escola também evoluiu, almejando, hoje em dia e cada vez mais, patamares de excelência.
Então, partindo deste pressuposto, podemos perguntar:
- A que propósito é que a escola não deveria mudar?
- Sob que desígnio superior pretendemos manter «ad eternun», na escola, as mesmas regras?
- Será possível e conveniente ter, nos dias de hoje, neste mundo globalizante, uma escola como há dez, vinte anos atrás?

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 18:10

Outubro 26 2008
Liderança, tema a que voltamos com gosto e dedicação. Se existem qualidades que se sobrepõem na liderança das organizações e que, particularmente, nos são caras são a humildade e a simplicidade.
Reconhecer que os outros também têm razão, acolher as suas ideias e, acima de tudo, conseguir transformá-las e integrá-las de forma inteligente, no âmago da sua «entourage», isto é, sem ressentimentos, dando a entender que, no fundo, sempre pensámos assim, apenas nos tendo faltado a oportunidade, é, perdoem-nos a comparação, a cereja em cima do bolo.
Por outro lado, a forma como nos relacionamos com as pessoas, desde o funcionário cujo conteúdo funcional é o mais baixo até aos quadros superiores, revela a forma importante de estarmos na vida e a força do nosso carácter. A arrogância, a vilipendiência, o «punho fechado» nas manifestações e nos abaixo-assinados em defesa dos trabalhadores anónimos, quando, diariamente, desprezamos e muitas vezes espezinhamos os que nos rodeiam, são motivos, mais que suficientes, para a ingovernação e jamais para o alcance de uma liderança, minimamente, eficaz.
Como Fred Kofman, um dos actuais gurus da liderança, afirma o líder terá que reunir três qualidades: responsabilidade, integridade e humildade. E, tal como este, também nós reafirmamos que a admiração que nutrimos por alguém não deverá ter nada a ver com o sucesso mas sim com as suas qualidades humanas. Terá a ver com o modo como denota entusiasmo e motiva os que estão no seu «inner circle».

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 15:23

Outubro 26 2008
Já experimentaram estar um fim-de-semana completo fechado dentro das quatro paredes de uma escola com vista a reparar o sistema informático? Não! Então, experimentem que é uma sensação extraordinária.
Não imaginam o que se sente quando, por exemplo, após estar desde as nove horas da manhã de sábado e se chega às vinte, ao efectuarem-se os últimos ensaios, pensando, bem amanhã, pelo menos, descansarei, vou estar com a família, passear, almoçar fora, ver o mar, ver pessoas, misturar-me com a multidão, o problema se agrava e se volta à estaca zero. Não há paciência para testar outras alternativas. A única solução é ir para casa e amanhã, domingo, voltar de cabeça fria, de modo a repor o sistema de novo, verificando, passo a passo, onde foi cometido o erro.
Resta-nos ter confiança em Deus, neste dia que, especialmente, Lhe é dedicado. E como diz o grande teólogo Hans Urs vom Balthasar o homem “existe como um ser limitado, num mundo limitado, mas a sua razão está aberta ao ilimitado, a todo o ser; a prova consiste no conhecimento da sua finitude, da sua contingência: eu sou, mas poderia não ser. E muitas coisas que não existem poderiam ser.”

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 11:29

Outubro 25 2008
Li em tempos que Picasso queimou, quando habitava um esconso e gélido quarto com o poeta Max Jacob, na já então snob Paris, variados desenhos com o fim de se aquecerem.
Não temos a menor dúvida que se tratou de uma perda para a humanidade, pois, com toda a certeza, tratavam-se de obras de arte que se perderam para sempre.
Contudo, o certo é que aquele artista não fez mais que destruir, ainda por cima para o necessário aquecimento, algo que apenas e somente apenas a ele pertencia.
A grande questão é quando vemos, nos dias de hoje, delapidações de riquezas que não nos pertencem.

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 15:40

Outubro 19 2008
Não é novidade para ninguém que os docentes têm razões de sobra para se queixarem deste ME. O desprezo pelo trabalho insigne dos professores, as medidas tomadas, a maior parte das vezes, de forma avulsa e desconexa, o legislar sobre legislar e a toda a velocidade, o atropelo sistemático à lei, são motivos mais que suficientes para justificar a sua justa e permanente revolta. Isto já para não falar da avaliação desmesuradamente burocrática, fazendo-os esquecer o mais importante do seu conteúdo funcional, a preocupação com os alunos.
Contudo, que se diga alto e em bom som, que o estado actual da educação não é culpa somente dos responsáveis da 5 de Outubro. Os sindicatos dos professores têm tanta ou mais responsabilidade.
Ora, todos se lembram da traição que os sindicatos dos professores, e principalmente a Fenprof, propiciaram à luta que atempadamente os professores levaram a cabo, com a assinatura de um execrável memorando de má memória.
Agora, quais crocodilos, vertem lágrimas afirmando, cheios de pesar, que a os professores não aguentam tanta burocracia, que as escolas sofrem do síndrome de “reunite”, que é necessário discutir tudo de novo, prontificando-se, quais homens sem palavra, a rasgarem aquilo que despudoradamente, em tempos assinaram.
E, para colocar a cereja em cima do bolo, quando os movimentos independentes dos professores se preparam para fazer uma enorme manifestação no próximo dia 15 de Novembro, em Lisboa, eis que a desfaçatez ultrapassou todos os limites, a Fenprof, numa tentativa de desmobilizar os docentes, marca uma outra concentração, também em Lisboa, mas para o dia 8.
E ficamos, nós, homens e mulheres, para quem a ética e o profissionalismo não são palavras vãs, impávidos e serenos perante mais esta afronta?

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:03

Outubro 14 2008
Hoje foi apresentada, na Assembleia da República, a proposta do Orçamento de Estado para 2009.
E aquilo que já desconfiávamos veio a concretizar-se. As medidas demagógicas e populistas aí estão em forma de letra e … números.
Concomitantemente com o que se acaba de escrever observem-se apenas duas das muitas medidas propostas:
• Aumentos da função pública de 2,9% quando a inflação prevista não vai para além dos 2,5%;
• Transferências no âmbito da rede social aumentam cerca de 10%.

Medidas eleitoralistas? Não. Que ideia!!!

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 21:54

Outubro 12 2008
A nossa acção como profissionais da educação visa, antes de mais, alargar o volume de saberes e, consequentemente, a segurança na transmissão de conhecimentos. Sabemos que este é o caminho certo para que a Educação recupere a confiança que lhe é devida e volte a ser um dos principais motores geradores de riqueza e motivadores de uma recuperação indispensável e inadiável. Um caminho que exige um esforço acrescido para, neste sector, potenciar o optimismo, adequando a oferta à procura e exercendo um magistério didáctico sobre esta matéria.
Sabemos que somos nós quem tem de marcar o nosso futuro, na linha da poesia do madrileno Antonio Machado para quem o caminho se faz caminhando.

“Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.”

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:11

Outubro 05 2008
É já um lugar comum afirmar que o investimento educacional não é um investimento deslocável como tantos outros. Contudo, é bom que se saiba que o investimento educacional é um investimento com alto retorno e, por isso, com ganhos fabulosos.
Neste quadro, ao limar os inevitáveis erros do explosivo crescimento quantitativo que se abriu com a democratização do ensino, o papel do investimento na educação, é cada vez mais, um papel determinante para o desejável equilíbrio na procura da qualidade, isto é, para um efectivo contributo do sector no desenvolvimento sustentado do país.
Conhecemos, como poucos, as escolas novas e as escolas que se renovam, e o que se pode fazer destas como escolas aprazíveis para trabalhar, para estudar e para viver sem abdicar dos direitos de cidadania que assistem a todos nós.
Também sabemos o que verdadeiramente entusiasma quem está interessado em frequentar a sua primeira escola e, acima de tudo, em continuar a apostar nela. E bem sabemos que em matéria de captação de investimento educacional não basta dizer que merecemos. É necessário demonstrá-lo todos os dias.
Este conhecimento é a grande, inquestionável e insubstituível mais valia do investimento educacional.

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 21:03

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
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