O meu ponto de vista

Agosto 28 2008
Em entrevista ao JN de hoje, a celebérrima Maya, uma das divas da noite lisboeta, astróloga e taróloga, nas horas vagas, ao serviço do «jet set» alfacinha, quando questionada como teria recebido a proposta de ser a nova apresentadora do Programa Contacto da SIC, afirmou textualmente:
- Foi uma surpresa. Apanhou-me completamente desprevenida. Não estava nas minhas previsões.
E, com nítida falta de modéstia, continuou:
- Também não era um desejo, nem uma meta para mim.
Descontando a segunda parte, a qual, agora, não vem ao caso, o certo é que até os próprios magos se enganam nas previsões para a sua vida.
Enfim. Uma desgraça nunca vem só. Confiar nos políticos já sabíamos que era impossível. Agora, não poder confiar nos astrólogos, é demais! Sinceramente, este país não tem saída.

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 16:40

Agosto 28 2008
Sonho com um país em que haja bons cuidados de saúde pública, distribuição de riqueza, belas cidades e aldeias, educação, respeito mútuo, liberdade e tranquilidade.
Quero acreditar que neste país possam haver pessoas com melhores condições para serem felizes, relações sociais mais justas, cidades mais habitáveis, uma cultura moderna da vida colectiva e da esfera pública.

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 09:28

Agosto 27 2008
Todos conhecem aquela máxima “quando a boca não servir para elogiar, então não se abra”. Por isso, há momentos, na vida, em que devemos estar calados, pois, como bem sabemos, as palavras são como punhais. Depois de lançados não têm retorno. E se, ainda por cima, acertam em cheio, então é descalabro.
Por outro lado, interrogamo-nos: como é que tal foi possível quando se acredita nas palavras de Cristo “quando te baterem numa face, oferece a outra”? Não foi o que se fez e o arrependimento aí está a martirizar.
Apresentadas, de imediato, as desculpas, é evidente que se espera o perdão, confiante que este é um sinal e uma evidência dos fortes.
Na convicção de no erro do passado estar a sabedoria do futuro e que não existe uma última palavra tal como não existe um último número, mais uma vez, agora publicamente, se pede desculpa.

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 13:49

Agosto 25 2008
No "Expresso", de sábado passado, Henrique Raposo escreveu esta bela prosa:
"Portugal é o único país do mundo que inventou uma expressão - «o gajo porreiro» - com o objectivo de transformar vícios em virtudes. O porreirismo muda o nome às coisas. Por exemplo, nunca há incompetentes em Portugal; só temos coitadinhos. O professor porreiro é aquele que não marca trabalhos de casa. Ou seja, um professor que seria considerado desleixado em qualquer parte da Europa sobe à categoria de «gajo porreiro» em Portugal. Com esta inversão de valores, os portugueses conseguem viver bem com a sua preguiça e incompetência, visto que estas são as virtudes do «porreiraço». Por outro lado, o porreirismo também transforma virtudes pessoais em pecados colectivos. Com muita facilidade, um indivíduo trabalhador desce ao estatuto de «lacaio do chefe». Na faculdade, o aluno aplicado que recusa a palhaçada dos trabalhos de grupo é encarado como «alguém que quer ser melhor do que os outros». Esta expressão, tão portuguesa, reflecte a perversão moral do porreirismo: uma virtude pessoal – o desejo de superação individual – passa à condição de defeito social.
O porreirismo impõe ainda outra regra: o espírito acrítico. Nesta terra, uma crítica profissional é considerada uma ofensa pessoal. «Isto não está bem feito» é uma frase que os portugueses confundem com «a tua mãe é uma galdéria». Devido a esta estranha incapacidade auditiva, os ambientes de trabalho transformam-se em pântanos de incompetência. Os portugueses são incompetentes porque não toleram ser criticados. É assim na escola. É assim na faculdade. É assim nas empresas. É assim nos jogos olímpicos.”

Só lamento a não referência a outro factor intrínseco do “nacional porreirismo”: a assumpção de culpa. Em Portugal esta morre sempre solteira.

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 23:07

Agosto 20 2008
O primeiro-ministro anunciou recentemente que com a criação de mais 15 000 empregos cumprirá a promessa governamental de criar, durante a presente legislatura, 150 000 novos empregos.
É um perfeito despautério vangloriar-se da criação destes novos empregos, esquecendo-se do número de pessoas que, durante o mesmo período de tempo, engrossaram as filas do desemprego.
Ora, como todos sabem o resultado entre a perda e a criação de emprego é francamente negativo, pelo que a José Sócrates se pede mais respeito para os que estão sujeitos a este flagelo social.

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:10

Agosto 20 2008
Não há como esconder. O aumento da violência é uma realidade indesmentível. Só para citar alguns, relembramos os seguintes casos: roubo e agressão a polícias em Abrançalha, tiroteio entre negros e ciganos na Quinta da Fonte, assalto com reféns ao BES, morte de um miúdo de 13 anos em Loures, assalto a carrinha de valores da Prossegur em plena auto-estrada, roubo a ourivesaria em Setúbal com o assassinato do proprietário.
E o primeiro-ministro sobre este surto de violência diz … nada. Regressado de férias, faz de conta que vive noutro país e, por isso, nem uma palavra profere sobre o assunto que tanto preocupa os portugueses.

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 21:27

Agosto 20 2008
• A liberdade e o poder acarretam responsabilidades. Mais: o futuro que nos espera não é de calma e de repouso mas de um esforço incessante.
• Será que existem pessoas em que a vida lhes dá tudo sem nada lhes pedir em troca?
• Há pessoas que só têm uma ambição na vida: não ver ninguém feliz à sua volta.
• Ninguém se ri dos outros sem que, mais cedo ou mais tarde, se ria de si próprio.
• Parece que neste país só as ervas daninhas medram. E já agora também não merdam?

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 10:37

Agosto 20 2008
Salvo raras excepções – caso da Vanessa Fernandes - a prestação dos nossos atletas nos Jogos Olímpicos de Pequim tem sido uma vergonha, isto para ser simpático.
Para além de um desempenho abaixo das expectativas mais negativas, os nossos atletas ainda têm o desplante de proferirem declarações que podem, no mínimo, ser classificadas como de antologia.
Senão vejamos:
• “De manhã, só é bom na caminha. O corpo só me pedia cama”
Marco Fortes, lançador de peso.

• “Agora vou de férias. Treinei para os 3000m obstáculos. Não vou aos 5000m. As africanas são fortes. Não vale a pena”
Jéssica Augusto, atleta dos 3000m obstáculos.

• “Entrar neste estádio cheio bloqueou-me. Acabei a prova fresco, o que é estranho. As pernas não responderam ao tiro de partida. Foi bom ter apanhado este banhozinho, esta tareiazinha e agora ir para casa descansar”
Arnaldo Abrantes, atleta dos 200m.

• “Não sou muito dada a este tipo de competições”
Vânia Silva, lançadora do martelo

• “Lutei contra os árbitros. Pensei que estava a lutar contra duas pessoas”
Telma Monteiro, judoca.

• “É assim o tiro. Por um ponto se ganha, por um ponto se perde. Não foi um, foi por dois”
João Costa, atirador.

Com pérolas destas, bem podemos ter a certeza que o nosso dinheiro é bem empregue. Também aqui o futuro do país está assegurado. Apetece dizer, parafraseando o grande poeta, Luís de Camões, ditosa pátria que tais filhos tens

Hernâni de J. Pereira

ADENDA: Sabe-se agora que o governo investiu qualquer coisa como 14 milhões de euros no apoio aos atletas olímpicos. Para tão parcos resultados temos todo o direito à nossa indignação.
publicado por Hernani de J. Pereira às 09:58

Agosto 18 2008
É costume fazer-se o balanço das nossas férias. Neste caso, por serem tão curtas, não é difícil.
As águas tépidas de um imenso mar azul, a areia branca da enorme praia que é Monte Gordo, o sol que, diariamente, aqueceu, iluminou e bronzeou, tudo ajudou para uns dias de merecido descanso.
O muito peixe fresco grelhado na brasa, comprado no mercado, logo pela fresca da manhã, acompanhado de um bom vinho branco, ajudou a que um dos prazeres da vida se prolongasse por dias e dias.
A leitura diária do jornal, dos livros levados e de muitos outros que, inclusive, por aquelas bandas se compraram, auxiliaram a manter a leitura em dia e a exercitar, ainda mais, a massa encefálica.
Acrescente-se, finalmente, e não menos importante – já lá diz o ditado que os últimos são os primeiros – a companhia, umas vezes mais próxima, outras menos, fruto das vicissitudes da vida, mas constantemente presente, e o sucesso das férias aí está decifrado.
Que venham outras iguais ou, se não for pedir demais, melhores e que não demorem muito.

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 15:07

Agosto 18 2008
Quando se insere, neste local, um ou mais textos por dia, e a determinado momento se deixa de o fazer, é porque algo acontece. Assim é! A explicação, como muita boa gente já depreendeu, prende-se com o facto das férias terem terminado.
Os textos que durante quinze dias aqui publiquei foram, na sua maior parte, fruto de reflexão de estar à beira mar “plantado”, isto é, com quase todo o tempo do mundo para reflectir e “passar” para o papel as ideias que, mal ou bem – os leitores dirão de sua justiça - me iam surgindo e que, mais tarde, em casa, compunha e afixava de uma forma definitiva.
Com o terminar daquele período de lazer, o qual, em abono de verdade, tão bem me soube e fez, e ao retornar à vida quotidiana dos restantes 350 dias, o tempo escasseia e, por isso, não é admiração a criação literária – perdoem-me os verdadeiros escribas – ressentir-se disso.

Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 15:02

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
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