Novembro 28 2006
Outro dia Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP, afirmou que esta imporá a mudança que o país necessita.
Ora, para além da bravata, que dou de graça, aquele dirigente sindical não mediu o alcance das suas palavras.
É que, sem margem para dúvidas, o que Carvalho da Silva quis dizer é que a CGTP leia-se PCP - ganhará na rua o que não conseguiu nas urnas. O voto do povo, a soberania deste, para aquele dirigente, são palavras vãs.
Aliás, para este e outros políticos do mesmo jaez a democracia não quer dizer nada.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 21:42
Novembro 28 2006
Morreu recentemente Sottomayor Cardia. Para além de antifascista, de um homem com uma ética superior, foi a sua força política que mais me impressionou.
Para quem, como este vosso escriba, passou pela universidade no Verão quente de 75 e anos seguintes, lembra-se perfeitamente do caos em que o ensino superior se transformou.
Ora, Sottomayor Cardia teve a coragem de colocar as universidades na ordem, terminando com as passagens administrativas, e acima de tudo com a demagogia e verborreia de UEC e afins. E só quem viveu aqueles tempos sabe o quanto foi difícil contrariar o status quo então vigente.
Porém, a sua acção não se resumiu ao ensino superior. Lembramo-nos, para citar apenas dois exemplos, de que foi da sua lavra a introdução do inglês como disciplina de opção no 5º ano, bem como o estabelecimento dos concursos de professores do ensino não superior.
De um modo singelo, aqui fica a minha homenagem a quem tanto deu ao país e quem tão pouco recebeu.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 21:32
Novembro 26 2006
O governo decidiu cortar, a partir de Janeiro, no apoio que dá a diversas caixas de previdência. Entre estas encontra-se a dos jornalistas.
Aquela proporciona aos seus utentes privilégios muito superiores aos que usufruem do SNS.
Pronto. Foi o que bastou para a casta dos jornalistas se colocar a gritar contra o governo, argumentando que são uma profissão de alto risco, blá, blá, blá,
Em conclusão. Os jornalistas que tanto aplaudiram o governo na luta do governo contra as regalias de outras classes - farmacêuticos, magistrados, professores, para só citar algumas pôs-se a gritar acudam, aqui del-rei quando a coisa lhes toca.
No fundo, o rei vai nu
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 00:42
Novembro 26 2006
As finanças penhoraram 46 000 carros aos devedores do fisco. Até aqui nada de novo. Uns cumprem a lei e outros ficam sem os meios de transporte por não a cumprirem.
No entanto, o paradoxo surge quando deparamos com o tipo de carros que são objecto de penhoras. São quase todos topo de gama. Senão, entre outros, vejamos os seguintes: 531 Mercedes, 309 Volvos, 165 BMW, 84 Audi, 9 Porche e 7 Jaguar.
Em resumo. A sorte que tenho de não ter sequer um Mercedes.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 00:23
Novembro 26 2006
De acordo com os media o governo decidiu amnistiar 200 mil burlas. Isto quer dizer que, por exemplo, quem passou nas portagens da auto-estrada sem pagar, nada lhes vai acontecer.
Assim, desde os inícios de Novembro tais actos deixaram de ser crimes e passaram a ser simples contra-ordenações.
E lá se foram muitos milhões de euros por cobrar! O pior, porém, é o sentimento de injustiça que perdura em todos os que cumpriram o seu dever.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 00:05
Novembro 25 2006
Segundo a versão on-line do Público, de 16.11.2006, o protesto das aulas de substituição teve o apoio dos professores em vigília. E vejam até que, segundo este jornal, uma educadora, que aliás identifica, considerou as reivindicações dos alunos justas.
Depois queixam-se os professores que a ministra virou a opinião pública contra os professores.
Concordando que os métodos da ME, por vezes, não são os mais curiais, isto para ser simpático, quem dá tiros nos próprios pés são os próprios docentes. Bem, não são bem tiros, são bazucadas.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 23:54
Novembro 12 2006
O aprendiz de ditador Hugo Chavez, presidente - quase vitalício - da Venezuela, proibiu em todos os organismos públicos a utilização do Pai Natal, com o argumento de que se trata de um produto colonizador americano.
Já agora, proíba-se os filmes, os McDonalds, etc., etc.
Que nem tudo o que vem da América é bom, estamos de acordo. Mas nem 8 ou 80.
A que chegou a paranóia do anti-americanismo, aliás comungada por alguma da nossa classe política e jornalística.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 20:31
Novembro 12 2006
O Eng.º José Sócrates dizia hoje, no Congresso do Partido Socialista, que os Açores eram um orgulho para o PS e um exemplo para o país.
Então vejam lá este exemplo.
Segundo o Diário de Notícias de 2006.11.07, o responsável pela agricultura no governo dos Açores atribuiu um subsídio de cem mil euros ao clube terceirense Lusitânia, com vista à divulgação dos produtos agrícolas açorianos no exterior.
Está à vista que o melhor método para divulgar os artigos agrícolas de qualquer região é um clube de futebol!
Palavras para quê? É um governo socialista e português!
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 20:19
Novembro 03 2006
Na rubrica Cartas ao Director, no Público de hoje, o leitor Ruben Marks a determinada altura da sua missiva afirma em 1965, no Liceu de Kalix e depois no Liceu de Luleå, já eu era chamado a dar aulas de substituição. Planeamento esse da absoluta responsabilidade da própria escola que, com autonomia, o organizava sem qualquer indicação de outras instâncias
Assunto importante e querido a qualquer pai-professor sueco, que prefere saber o seu filho a aprender «qualquer coisa» válida à sua formação como ser humano do que sabê-lo no café ou no recreio, sem nada fazer durante o furo. E, isto, já há 41 anos!
Comentários para quê?
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:45
Novembro 03 2006
Num estudo recente, levado a cabo pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE, chegou-se à conclusão que 81,7% dos inquiridos, com idade entre os 16 e os 35 anos, desconheciam algo sobre a vida sindical no seu local de trabalho.
Que se acautelem os sindicatos!
Por este andar daqui a poucos anos terão apenas meia dúzia de sindicalizados e, ainda por cima, às portas da aposentação.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:25