Dezembro 25 2005
Tanto a imprensa nacional como a regional fizeram, ultimamente, eco de que dois ex-autarcas de Oliveira do Bairro, após terem perdido as eleições, solicitaram subsídios de reintegração. Trata-se do ex-presidente Acílio Gala e da ex-vereadora Leontina Novo.
O primeiro, aposentado há muito tempo, irá receber cerca de 35 000 . Mas pergunto: reintegração em quê? Na aposentação? Mas isso é algum cargo ou actividade?
Haja vergonha!
No que concerne à segunda, que irá receber para cima de 15 000 , qual foi a sua dificuldade de arranjar emprego ou ocupação? Não é verdade de que no momento em que deixou de exercer funções na autarquia de imediato reingressou na Escola Secundária daquela vila onde é docente do quadro?
Haja decoro!
Afirmam que mais não fizeram que usufruir de um direito consignado na lei. E a moral e a ética? Não contam?
E depois admiram-se de o povo estar cada vez mais arredado dos políticos!!!
Andaram estes senhores, uma vida inteira, a pregar pela moral e bons costumes e na primeira oportunidade borram a escrita.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 21:39
Dezembro 25 2005
Passou, recentemente, na imprensa um relatório do Tribunal de Contas, o qual não mereceu o devido destaque, mercê de uma imprensa, de certo modo, manietada pelo poder.
Refiro-me concretamente à divulgação de que se encontra estimado em 17 mil milhões de euros o encargo do Estado com as auto-estradas sem custos para o utilizador, as já célebres SCUT.
Para os meus caros leitores terem uma ideia de tal importância, a mesma daria para construir 25 pontes Vasco da Gama.
É obra. Ou melhor: obstinação que nos sai caro.
E chamam-lhe defender o bem público. E quando dizem isto nem ruborizam
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 21:22
Dezembro 11 2005
No dia 5 p.p. passou um ano sobre o início destas crónicas.
Muito escrevi, é certo. Porém, também estou convicto, que muito mais poderia ter escrito. Os afazeres profissionais e as enfermidades dos familiares a isso levaram.
Por outro lado, estou seguro que, para além de escrever mais, as matérias abordadas deveriam ter sido mais diversificadas.
No entanto, para além do carpido, penso que o melhor é efectuar a análise daquilo que foi escrito.
Escrevi o que, no momento me ia na alma, sem nunca ceder à demagogia e ao populismo, procurando, acima de tudo, ser eu próprio. O que está escrito é o que sou, com todos os meus defeitos, mas também com todas as minhas virtudes. E tem assinatura!
Antes de escrever estas palavras, fui reler todos os artigos, numa espécie de retrospectiva. E, sem margem para dúvidas, se fosse hoje voltaria a escrever o mesmo. Sem falsa modéstia, por exemplo, foi bonito reler o que escrevi há um ano sobre Pedro Santana Lopes e Cavaco Silva: a análise veio a confirmar-se totalmente correcta.
Por último um lamento e um pedido sincero aos meus leitores, os quais sei que não são assim tão poucos como isso: tenham coragem de deixar os vossos comentários, mesmo que sejam para dizer mal ou para estabelecer as bases do contraditório.
A todos o meu bem hajam.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 21:01
Dezembro 08 2005
Nas minhas deambulações diárias pelos mais diversos blogues, encontrei no "QuartaRepublica" o seguinte texto, de autor anónimo, o qual, com a natural deferência, não resisto, pela sua enorme beleza e sentido, a publicar também aqui.
"Uma noite, eu tive um sonho. Sonhei que andava na praia, passeando com o Senhor e, no Céu, passavam cenas da minha vida. À medida que passavam iam ficando pegadas na areia: umas minhas, outras do Senhor. Ao olhar para elas notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas. Vi que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver.
Disse então ao Senhor:
Tu disseste-me que, quando decidi seguir-Te, andarias sempre comigo em todos os Caminhos. Contudo, durante as maiores tribulações, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque é que nas horas que eu mais precisava de Ti, Tu me deixaste sozinho.
Respondeu o Senhor:
Meu querido filho, jamais te deixaria sozinho nas horas de sofrimento. Quando viste na areia apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi nessas alturas que te levei ao colo".
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 17:54