Maio 31 2005
Não foi assim há tanto tempo que a nossa memória se tenha esvaído: anos 2002 e 2003, era ministra das finanças Manuela Ferreira Leite. Esta travou uma dura luta contra o malfadado défice herdado do pântano guterrista.
Nesses momentos muito difíceis, o Presidente da República afirmou, alto e bom som, que havia vida para além do défice, manifestando, deste modo, a falta de solidariedade institucional.
Agora que o governo é mais colorido, no seu modo daltónico de ver, despudoradamente lança um apelo patriótico para que todas as forças sociais se unam em volta dos grandes objectivos de combate ao famigerado défice.
Enfim, já não há vergonha!!!
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:06
Maio 21 2005
Segundo um estudo feito pela Federação Nacional de Professores (Fenprof), os agrupamentos de escolas devem ser reavaliados, uma vez que são destituídos de racionalidade pedagógica.
Até aqui, tudo bem. É a opinião da Fenprof e tem direito a proclamá-la!
Porém, o que não está certo e não é sério é afirmar que os professores dão nota negativa aos agrupamentos de escola, na medida em que no aludido estudo estiveram envolvidos, segundo aquela estrutura, 1156 profissionais da educação.
Vamos a contas. Em Portugal existem para cima de 100 000 docentes no activo; sabendo que no ensino secundário estão cerca de 40 000, sobram mais de 60 000 a trabalhar nos agrupamentos de escolas. Porém, sabendo que alguns - muito poucos - estabelecimentos de ensino (pré-escolar, escolas do 1º CEB e EB 2, 3) não se encontram agrupados, vamos afirmar, por baixo, que os docentes em serviço nos agrupamentos de escolas serão 50 000.
Assim, salvo melhores números, os professores do estudo da Fenprof não terão ultrapassado os 2,3 % da totalidade.
Qualquer leigo em matéria de investigação sabe que uma amostra desta natureza não possui qualquer rigor científico.
Por isso, mais uma vez fica demonstrada a enorme demagogia da Fenprof.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 22:27
Maio 13 2005
Anteontem foram divulgados os resultados das Provas de Aferição de 2004. Dos péssimos resultados, que me escuso a divulgar neste espaço para não maçar os meus leitores, retiro, de entre outras, a seguinte ilação:
à medida que os alunos avançam em níveis de escolaridade os seus desempenhos regridem;
De tal podem-se levantar as seguintes questões:
à medida que crescem os nossos estudantes tornam-se menos inteligentes e/ou mais mandriões (!)?
os professores do 6º e 9º ano - principalmente estes - são mais incompetentes (!!)?
o desleixo dos alunos aumenta proporcionalmente com a idade (!!!)?
Mas alguém acredita nestas? É evidente que não.
O problema está nas aludidas medidas de avaliação.
No entanto, o pior é que existem elementos influentes no governo e no partido que o suporta que continuam a apostar em tais.
O certo, certo é que o recentemente divulgado World Competiveness Yarbook 2005, o qual compara 314 indicadores de 51 países e 9 regiões, diz-nos que
ocupamos o 1º lugar no rácio alunos por professor;
estamos na 8ª posição em termos de despesa pública na educação em % do PIB.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 20:04
Maio 08 2005
Muito se tem dito sobre a tomada de posição do novo presidente do PSD, Marques Mendes, relativamente ao não apoio às recandidaturas de Santana Lopes, Isaltino Morais e Valentim Loureiro.
Como simples militante de base apoio inteiramente a medida.
De uma vez para sempre é necessário dizer, alto e em bom som, àquelas figuras e outros quejandos que enxameiam o nosso quadrante político que não podem fazer de todos nós parvos.
Não podem cometer erros mais ou menos graves e a seguir, lá por que resolvem no fisco ou na secretaria esses tropeções, fazer de conta que nada se passou e aparecerem-nos quais virgens impolutas.
Bem podem os barões do partido indignarem-se. O caminho é o da depuração.
Hernâni de J. Pereira
publicado por Hernani de J. Pereira às 23:38