Por isso, sinto-me perfeitamente à vontade para, neste momento, defender os bons professores e não enfiar tudo no mesmo saco, como fez o presidente da Confap (Confederação Nacional das Associações de Pais). É que, sem sombra para dúvidas, a maior parte dos docentes são excelentes, os quais, dentro e fora da escola, durante e para além do seu horário lectivo, tudo fazem para integrar e ajudar os seus alunos.
Mais: a maioria dos professores proporcionam aos seus alunos o carinho e o calor humano que, infelizmente, não têm casa. São irmãos e pais. Em suma são confidentes.
Assim, repudio veementemente afirmações gratuitas daquela personagem, tais como a escola não tem de dizer à família que ela não educa, ate porque os alunos passam a maior parte do tempo na escola, ou os meninos não são para deitar fora, mas para integrar desde a primeira hora, ou ainda a escola não descobriu que o miúdo que passa bem droga pode trabalhar no bar da escola (in Público, de 28.03.2005)
Como podem ver são pérolas de verdadeira educação, dignas de constar em qualquer manual de didáctica educativa.
Com pais destes à frente das respectivas associações podemos admirarmo-nos dos alunos que temos?
Remato com mais um bocadinho do «eduquês» de tal personagem: Não há necessidade de um Estatuto do Aluno. Há que divulgar as boas práticas de outros estabelecimentos de ensino que conseguem integrar todos os alunos, aqueles que a maior parte das escolas não quer. A função da escola não é disciplinar, mas educar de acordo com as necessidades e capacidades de cada aluno.
Hernâni de J. Pereira