O meu ponto de vista

Dezembro 30 2006
Ontem dei uma entrevista conjunta ao Rádio Club da Pampilhosa e ao Jornal da Melhada, a qual só irá para o ar na próxima 3ª feira. Muita coisa foi dita, mas também muito ficou por dizer.
Preparei a mesma o mais cuidadosamente possível. Sobre alguns dos assuntos que preparei fui questionado. Outros não.
Aqui ficam, por tópicos, o que preparei. Para quem ouvir a entrevista e/ou ler o artigo que será publicado na próxima 4ª feira nas páginas daquele semanário, pode comparar.

CMM
• Temos boas relações;
• Os responsáveis primam pela simpatia e humildade, o que são valores sempre a estimar;
• Não é difícil a comunicação. Eu sei do que falo. Vivo noutro concelho e por isso estou em condições de poder comparar;
• Os dirigentes são pessoas esforçadas. Falta-lhes porém um staff que melhor os acompanhe;
• Enveredaram, ultimamente, mais pelo aspecto social. É um caminho em que não se vê frutos imediatos. É um esforço que é necessário, mas talvez não com tão grande ênfase. No entanto, estão no seu direito. Particularmente não concordo, mas é uma opção política que deve ser julgada apenas pelos eleitores deste concelho;
• Dou um exemplo: em qualquer dos concelhos vizinhos, não existe JI que não tenha computador e respectiva ligação à Net. No concelho da Mealhada, que seja do meu conhecimento não há um único. E sabemos todos como isso é importante, cada vez mais cedo, na vida das nossas crianças;
• Honra também lhes seja feita. Têm feito um esforço considerável na remodelação e renovação do parque escolar que lhes está afecto. Veja-se o exemplo das novas salas de Barcouço.
• Com o surgimento dos Centros Educativos, previstos na Carta Educativa, outro salto se dará em termos de qualidade educativa no concelho da Mealhada. Faço votos para que a CMM esteja na primeira linha das candidaturas, logo após a aprovação daquelas e quando o próximo quadro comunitário de apoio estiver em vigor (2007).


ECD
• Era absolutamente necessária a sua revisão;
• O actual Estatuto é um documento com mais de 20 anos. Por isso estava mais que ultrapassado;
• Pena que a Lei de Bases do Sistema Educativo também não seja objecto de revisão. E, se possível, pelo maior número de forças políticas;
• Avaliação dos docentes. É algo polémico, mas, pessoalmente, ia mais longe no rigor dessa mesma avaliação;
• Como sabemos a sociedade é constituída por pessoas boas, razoáveis e más, para usar uma terminologia simplista, isto é, facilmente apreensível aos nossos ouvintes/leitores. Ora, os docentes são, no fundo um cadinho representativo dessa mesma sociedade. Assim, existem professores excelentes, outros bons ou razoáveis e também os maus;
• Não podemos, de modo algum, continuar a classificar os professores todos de igual, uma vez que o seu desempenho é díspar. Isso só servirá para desmotivar os mais esforçados e dedicados;
• Tal como em relação a tudo na vida, uma coisa é a opinião publicada e outra a opinião pública, no seu sentido mais lato;
• Avaliação pelos pais e EE. Tenho uma opinião um tanto diferente daquilo que tem vindo a ser publicado. Por princípio, não me repugna. Colocava-lhe era algumas ressalvas. Só podiam participar na avaliação dos docentes do seu educando, desde que pudessem demonstrar terem tido uma participação na vida escolar, isto é, desde que tivessem ido à escola com a regularidade desejável, que tivessem participado nas reuniões para que tenha sido convidado/convocado, não tenha negado integrar qualquer órgão ou estrutura intermédia. Em suma, quem quisesse vaticinar sobre a avaliação dos professores seria como obrigado a participar na vida escolar. Talvez, assim, se pudesse terminar com um dos enormes flagelos da nossa educação, ou seja, a não participação dos pais e EE na educação dos seus filhos.


EDUCAÇÃO
• Não está tão mal quanto a comunicação social tem feito crer. Porém, também não está um mar de rosas.
• É assunto que não nos devemos vangloriar, mas também não nos devemos envergonhar de todo, isto é, andar permanentemente de cabeça baixa e a pedir desculpa.
• É evidente que os professores têm uma quota parte da culpa neste campo e nunca negaram isso. Porém, existem também outros culpados. A começar pelo poder político, o qual sem força de vontade para efectuar reformas profundas, cedendo aos lobbys de momento, sejam eles sindicais, autárquicos, ou outros, fazendo experiências, sem medir as consequências, como é o caso da prevalência dos cientistas da educação, dando origem, como alguém lhe chamou, ao eduquês. Depois os pais e EE que, numa grande parte, se têm demitido das suas responsabilidades. Por último, a sociedade em geral que acha que à Escola se pode pedir tudo e pouco lhe dar. Veja-se, por exemplo, o ensino da prevenção rodoviária, a educação sexual, a educação cívica, a educação para a saúde e para o consumo, ambiente e ecologia, etc., etc.


AGRUPº ESC. PAMPILHOSA
• Tem como finalidade constituir-se como uma escola de referência a nível da região, onde o rigor, o profissionalismo e a dedicação de todos os seus actores, quer sejam docentes, funcionários e alunos, seja uma constante. É um projecto a médio prazo, mas que já está em marcha e a dar os seus frutos;
• Temos um passado que nos orgulha, mas também sabemos que podemos e devemos fazer mais e melhor;
• Sabemos que estamos inseridos numa zona geográfica com problemas de ordem social e económica, para só citar alguns. Os problemas de alcoolismo e desemprego não nos são alheios. Bem pelo contrário, pois cada vez mais nos surgem crianças cuja única refeição decente é aquela que diariamente lhes damos;
• Porém, estamos convictos que pudemos e devemos contribuir para obviar tal situação. Como? Dando mais e melhor educação;
• É nesta senda que a acreditação deste Agrupamento de Escolas como CRVCC (Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências), também designado CNO (Centro Novas Oportunidades), dirigido uma profissional cuja competência é por todos reconhecida;
• É neste rumo que desde há dois anos enveredámos por um sistema integrado de gestão, abolindo o uso de dinheiro na escola, com todos os benefícios/vantagens daí advenientes e facilmente descortináveis;
• É nesta direcção que continuamente se fazem obras na escola-sede, vulgo Escola Básica do 2º e 3º Ciclos, como seja um auditório novo, excelentemente bem equipado e aberto a toda a comunidade, um parque informático de fazer inveja a muitas escolas, aquecimento central, obras estas mercê das mais variadas candidaturas que o órgão de gestão anualmente apresenta;
• Por exemplo, neste momento os Serviços Administrativos do Agrupamento encontram-se em obras, de modo a que os respectivos funcionários possam corresponder ao que os mais diversos utentes necessitam. Uma coisa era trabalharem para a EB 2,3, com os seus 300 alunos e 50 professores. Outra, são quase 800 alunos e 100 docentes;
• Tenho a sorte de fazer o que gosto. Liderar uma Escola. Porém, não seria honesto senão afirmasse, alto e bom som, que tudo o que acabei de enumerar só é possível com a colaboração dos restantes elementos do CE, os quais, apesar dos seus diversos modos de actuar, como é lógico, não deixam de formar uma equipa extraordinária.
• Uma palavra para os funcionários. Na sua maior parte, vestem a camisola a 100%. Mas não a vestem somente. Suam-na verdadeiramente.
• Costumo dizer por brincadeira: “se não vos persuadir pela palavra, pelo menos tento convencer-vos pelo exemplo”. Isto porque sou o primeiro a chegar, cerca das 08H00, e saio, na maior parte dos dias depois das 20H00. E os habitantes da Pampilhosa sabem-no bem, uma vez que me vêem no meu gabinete a trabalhar até às tantas.
• Também é verdade que o corpo de docentes, muitos dos quais há muitos anos aqui efectivos, nos deixa ufanos, pois existe uma grande parte que apresenta uma performance muito acima da média. Não quero aqui citar ninguém, para não ferir susceptibilidades, mas quem me ouve ou lê sabe muito bem que isto é verdade.
• A finalizar, essencialmente o que queremos é uma escola cujo sucesso dos seus discentes seja uma realidade devidamente reconhecida por todos. É exemplo dessa procura, o Plano da Acção para a Matemática, onde estamos a investir fortemente. Veja-se o exemplo: já em Janeiro os nossos alunos terão à sua disposição novas ferramentas neste campo, tal como seja, quadros interactivos móveis, bem como computadores portáteis.
publicado por Hernani de J. Pereira às 19:07

Boa entrevista.
Parabéns.
Um abraço
Helder Rosa a 1 de Janeiro de 2007 às 15:33

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
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