Abre-se o jornal, vê-se os telejornais, ouve-se a rádio e tudo nos parece repetido, como estivéssemos a ver o mesmo filme várias vezes.
A parca paciência esgota-se às primeiras horas da manhã. O serviço faz-se mais por dever que por opção. Os papéis queimam-nos as mãos, os olhos desapegam-se das órbitas, como recusando o contacto com o ecrã do computador e o teclado balouça ao sabor da maresia que se anseia.
Vemos os outros de abalada, acenando um adeus rápido e fugaz. E a nostalgia instala-se lentamente, aumentando desejo de também partir.
E o dia 1 que nunca mais chega.
Hernâni de J. Pereira