O meu ponto de vista

Novembro 27 2024

transferir.jfif

Estamos no Natal. Época para que o Estado, a sociedade civil, empresas e organizações activistas da dignidade humana devam procurar inspirar-se sempre no espírito essencial no qual assenta a acção humanistas com aqueles que mais sofrem e, concomitantemente, munir-se com as teorias, instrumentos, métodos e técnicas que a ciência, enquanto talento supremo do género humano, coloca ao nosso dispor, para procurarmos as respostas mais adequadas para os problemas do nosso tempo.

O essencial, quando nos referimos à intervenção em acção social, encontramo-las nas catorze obras da misericórdia. Está lá tudo. Na redescoberta constante das obras de misericórdia espirituais – dar bons conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo, dizer com respeito os vivos e os defuntos -, e corporais – dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, visitar os enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos -  nunca deixaremos de ter consciências dos princípios e valores centrais que devem conduzir a acção com aqueles que vivem nas “periferias existenciais”.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:52

Novembro 04 2024

transferir.jfif

Usássemos linguagem científica poderíamos dizer que é absolutamente necessário voltar ao essencial, - “back to basics” - empregando a conhecida expressão inglesa, da atitude que nos deve conduzir na relação com os mais vulneráveis e desprotegidos.

Neste sentido, foi de enorme relevância o facto de o Papa Francisco sentir a necessidade de colocar na agenda o regresso ao essencial, quando proclamou 2016 – quem se recorda? - como ano jubilar da Misericórdia. No fundo, foi uma forma de nos chamar a atenção para não perdermos de vista o essencial.

Ou seja, a capacidade de sairmos de nós para estarmos com o outro: compreendermos as suas fragilidades que, na maior parte das vezes, também são as nossas; de sermos pacientes com as suas fraquezas, que revelam as nossas forças; de sermos generosos na partilha, pois será essa a nossa riqueza.

Na incerteza e complexidade dos dias que correm, somos todos convocados a empenharmo-nos constantemente na procura de um mundo mais justo, digno e solidário.

(Continua)

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:41

Outubro 24 2024

transferir.jpg

Clicar no endereço seguinte

 

https://www.youtube.com/watch?v=EdhM_HiwA44

 

 

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:21

Outubro 17 2024

20241018_085409.jpg

Ando cheio de dores. O ano passado, por esta altura, foi o mesmo. Tanto mais que não tive outra alternativa senão submeter-me a operação ao ombro direito. Recordam-se? Passei todo o Outono e Inverno a recuperar de uma queda.

Bem, ou melhor mal, este ano, em meados de Agosto, nova queda e lá vai o ombro, desta vez o esquerdo, para o “caneco”. Como costumo dizer, não acredito em bruxas, mas que as há, há.

Agora, no dizer do ortopedista e da fisiatra, não houve rotura nem esmagamento de qualquer articulação. Afirmam ser uma tendinite grave, a qual, em princípio, se resolverá com fisioterapia, uma vez que as infiltrações musculares não são para o meu corpo. Já experimentei e dei-me muito mal. Arriscar de novo está fora de causa.

O grande problema é quando em meados de Agosto necessitamos de um ortopedista. Mesmo recorrendo a hospital privado, é um mês para obter uma consulta. Depois outro para a fisiatria e ao final de três meses iniciamos a fisioterapia.

Vão-me desculpar, mas a velhice é uma merdӕ

publicado por Hernani de J. Pereira às 19:11

Setembro 29 2024

20240918_145954.jpg

Com a queima do bagaço e consequente obtenção da respectiva aguardente, concluí, ontem, a vindima do presente ano. Foram muitos dias, uns mais difíceis que outros, como é óbvio, mas que no computo geral foram prazerosos. Quando se faz uma vindima à “volta”, os dias são muitos, pois quando nos ajudam, como é lógico, também nos obriga a  auxiliar os outros. De modo algum se pode ter uma logística destas fazendo tudo sozinho. É vindima, propriamente dita, é o transporte, é o desengaço, é a fermentação em lagar, é a trasfega e é a prensagem do "pé".

O vinho branco( 50% de Maria Gomes e 50% de Bical) deu algumas dores de cabeça, uma vez que, por excesso de teor alcoólico, a fermentação em cuba foi difícil de arrancar. A adição de água tratada e de enzimas resolveram o assunto. A questão foi chegar à solução. Só à terceira tentativa acertei.

O tinto, uma mescla de castas Merlot (35%) e Baga (65%), correu maravilhosamente e os 600 litros encontram-se, neste momento, em cubas de aço inoxidável a fazer a competente fermentação melolática. Em janeiro próximo, aquando da passagem a limpo, pelo menos 200 litros irão para tonéis de carvalho a fim de lhes proporcionar um estágio de pelo menos dois anos. Em consequência, no próximo ano iremos consumir/vender, como vinho comum, o restante. Quanto ao especial, depois de devidamente engarrafado e rotulado, somente em 2026 ou posteriormente. Tudo dependerá das constantes análises.

Sim, bem sei que são poucas quantidades. Todavia, é o início de uma mini-adega. O caminho faz-se caminhando, passo a passo.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:59

Setembro 09 2024

gettyimages-1124778163-612x612.jpg

Aí estão e em força. Falo das vindimas. Esta semana ainda só as uvas brancas. Nas duas seguintes cá estaremos para as tintas. É todo um frenesim com vista a cumprir a agenda. E não pensem que é fácil e esqueçam p.f. a questão do romantismo vulgarmente associado a tal labuta. Nada tem de folclore. Há muito suor, sangue e lágrimas em cada copo que mais tarde levamos à boca.

A logística inclui a preparação dos baldes, a recomposição dos atrelados dos tractores, o corte da uva, o transporte destas, o qual, por vezes, obriga a levar aos ombros os potes com 25 kg a distâncias que chegam a ser superiores a 100 m. Depois há a entrega nas caves - aqui já sem intervenção dos viticultores – ou nas adegas de cada um. Caso seja este o caso, o trabalho continua por muitos e longos dias. O vinho fermenta durante 24 horas e como tal há que estar preparado para lhe valer a qualquer momento.

Entretanto, irei dando notícias do grau e do estado das uvas.

publicado por Hernani de J. Pereira às 20:42

Agosto 30 2024

O que era previsível há pelo menos meia dúzia de anos tornou-se hoje-em-dia notícia diária. Refiro-me concretamente à falta de professores. O ataque extraordinariamente brutal a que a classe foi sujeita desde a famigerada Maria de Lurdes Rodrigues, com o consequente abaixamento do prestígio social dos docentes, bem como a desvalorização dos respectivos ordenados e sem esquecer os anos de serviço congelado, levaram a que os alunos após a conclusão do ensino secundário não optassem pelos cursos superiores via-ensino E aqueles que ainda escolhiam esta via eram, quase sempre, os de menor classificação.

Parece que actualmente as coisas estão a mudar e as vagas do ensino superior para esta área foram, na primeira fase, todas preenchidas. Congratulo-me por tal.

Todavia, até que estes estejam em condições para dar aulas, vamos erguer ao céu lamentos flamejantes e haverá por alguns anos muitos alunos do ensino básico e secundário – e os pais - a perorar pela falta de professores.

Ora, sem colocar em causa a formação pedagógica, sou de opinião de que se deve abrir a possibilidade de lecionação a indivíduos com boa habilitação científica e adequada às diferentes disciplinas. Tal fica-se a dever a ser de opinião que mais vale um aluno, p.e., do 7º ano, ter aulas com um licenciado em Física, mas sem a aludida formação pedagógica, do que passar meses e meses “a ver navios”. Mais tarde haverá certamente possibilidade de lhes ministrar a tal formação. Aliás, existem ainda no ensino imensos docentes cujo percurso profissional assim foi. Eu sou um desses casos e conheço inúmeros outros.

A recente abertura do ME à possibilidade de doutorados, investigadores e professores aposentados pode resolver casuisticamente esta ou aquela situação. No entanto, a questão de fundo não será resolvida, uma vez não estar a ver, p.e., um professor aposentado voltar à escola, sabendo que a maioria estão muito cansados e o que irão receber poderá ser quase todo absorvido pelo IRS.

publicado por Hernani de J. Pereira às 18:42

Agosto 19 2024

shopping.png

A mim não me calarão. É do conhecimento geral que a maioria está contra. É só ouvi-los falar aqui ou acolá. Porém, o certo é quando chega a hora do confronto, uns dão de frosques, outros calam-se. Fácil é falar pelas costas.

Todavia, comigo não contem para cobardias. Aqui, ali, acolá, em todo o local direi e se necessário gritarei contra o que acho mal. Se levarem mal, é porque têm a consciência pesada. E tanto me faz. Não minto, não ofendo, nem digo palavrões. Por isso, sempre de cabeça erguida.

Ah, jamais tolerarei falsidades e se persistem nestas, corto de vez. Hoje um já foi riscado. Não o(s) volto sequer a cumprimentar.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:19

Julho 15 2024

Todos os anos é assim. Por esta altura os imigrantes começam a chegar à sua terra natal. Vêm de todo o lado, mas face à proximidade geográfica os dos países europeus são maioritários. É vê-los ao volante de grandes “bombas”, falando alto e gastando rios de dinheiro nos cafés, mercados e restaurantes de última linha, locais apropriados para dar nas vistas.

Até aqui nada de novo. Todavia, num olhar mais atento, nota-se um falar político que desagrada, uma vez que a apologia ao Chega é demasiado saliente. O que leva a outra conclusão, i.e., a não admiração do número de votos que este partido tem obtido nas últimas eleições.

Por outro lado, continuam, talvez mais vincadamente, os queixumes de sempre: os serviços públicos que não funcionam, uma vez que querem resolver assuntos de anos em poucos dias; o comércio que não os atende bem, já que acham (sub)conscientemente que devem ter prioridade em tudo; o facto de não conseguirem um pedreiro, um canalizador, um electricista, etc. de imediato. E se prometem e lhe falham aqui d’el rei que é um país onde a palavra nada vale e o profissionalismo é inexistente.

Bom, bom é nos países para onde imigraram. Aí tudo funciona às mil maravilhas. Contudo, com alguma paciência e escalpelizando as lamúrias lá acabam por dizer que, muitas vezes, nos países onde labutam onze meses a vida (social, pública e relaciona) é bem pior.

publicado por Hernani de J. Pereira às 21:21

Julho 06 2024

449780792_454283707488993_7814891718065886283_n.jp

  1. Soube-se hoje que a proposta do Governo dá mais 200 euros por ano aos polícias do que aos professores. E aqueles continuam a gritar por mais. Absurdos desta vida.
  2. Um recluso que beneficiou de uma saída precária tentou regressar à cadeia de Paços de Ferreira com quatro telemóveis e 130 comprimidos escondidos no ânus. O caso foi detetado na última quarta-feira e não se tratou de um episódio isolado. Mais palavras para quê? Quando muito mais ânus, ou melhor, maiores ânus.
  3. Uma nota relevante: ontem Portugal jogou contra a França com apenas 10 jogadores, uma vez que o insubstituível – já agora o invisível - não pode sair. Para piorar um dos dez falhou um penalti. Pior não podia acontecer.
  4. A finalizar, uma nota de rodapé: acabei de arrancar as batatas deste ano. Um saco de semente de batata vermelha Red Label produziu cerca de 25 sacos. Já meio saco da Agria não deu mais que seis. Anos e tragédias de um agricultor.


publicado por Hernani de J. Pereira às 21:05

Análise do quotidiano com a máxima verticalidade e independência possível.
hernani.pereira@sapo.pt
Novembro 2024
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
14
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
28
29
30


arquivos

Novembro 2024

Outubro 2024

Setembro 2024

Agosto 2024

Julho 2024

Junho 2024

Maio 2024

Abril 2024

Março 2024

Fevereiro 2024

Janeiro 2024

Novembro 2023

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Junho 2023

Maio 2023

Abril 2023

Março 2023

Fevereiro 2023

Janeiro 2023

Dezembro 2022

Novembro 2022

Outubro 2022

Setembro 2022

Agosto 2022

Julho 2022

Junho 2022

Maio 2022

Outubro 2021

Setembro 2021

Agosto 2021

Julho 2021

Junho 2021

Maio 2021

Abril 2021

Março 2021

Fevereiro 2021

Janeiro 2021

Dezembro 2020

Novembro 2020

Outubro 2020

Setembro 2020

Agosto 2020

Julho 2020

Junho 2020

Maio 2020

Abril 2020

Março 2020

Fevereiro 2020

Janeiro 2020

Dezembro 2019

Novembro 2019

Outubro 2019

Setembro 2019

Agosto 2019

Julho 2019

Junho 2019

Maio 2019

Abril 2019

Março 2019

Fevereiro 2019

Janeiro 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Outubro 2018

Setembro 2018

Agosto 2018

Julho 2018

Junho 2018

Maio 2018

Abril 2018

Março 2018

Fevereiro 2018

Janeiro 2018

Dezembro 2017

Novembro 2017

Outubro 2017

Setembro 2017

Agosto 2017

Julho 2017

Junho 2017

Maio 2017

Abril 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Agosto 2016

Julho 2016

Junho 2016

Maio 2016

Abril 2016

Março 2016

Fevereiro 2016

Janeiro 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Outubro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Junho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Março 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Agosto 2005

Julho 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

pesquisar
 
subscrever feeds
blogs SAPO